Valor econômico, v. 21, n. 5128, 16/11/2020. Política, p. A9

 

Sem acordo

16/11/2020

 

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem uma eventual aliança com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para a eleição presidencial de 2022. Mesmo depois de uma reaproximação com Ciro, Lula afirmou que eles são adversários. O ex-presidente, porém, disse que ambos precisam adotar uma política de respeito mútuo. Ao ser questionado sobre um encontro com o ex-ministro no mês passado, para selarem a paz, Lula afirmou que a conversa não foi para costurar uma candidatura única para 2022. “Não poderíamos conversar sobre isso, porque se sentarmos para conversar sobre isso, nem teríamos sentado”, afirmou, depois de votar em São Bernardo do Campo (SP). “O que precisamos estabelecer entre nós é que nós temos o direito de sermos adversários”, disse. Lula afirmou que foi dele a iniciativa de chamar Ciro para conversar no mês passado, em seu instituto, na capital paulista. Os dois estavam rompidos desde 2018, quando Ciro disputou a Presidência e não quis apoiar Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

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Maia e o cacife do DEM

16/11/2020

 

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou que há conversas entre seu partido e o apresentador Luciano Huck sobre corrida presidencial em 2022. “Tenho intenção de participar de um projeto que não esteja nos extremos. Um projeto aonde o diálogo prevaleça, onde possamos construir com toda a sociedade”, afirmou ele. No entendimento do político, tanto o apresentador quanto o DEM miram projeto como esse.

“Quem vai comandar é uma questão que o tempo vai dizer”, completou. Para ele, no pleito municipal deste ano, o DEM “vai se cacifar para comandar esse processo”. O político deu as declarações após votar ontem, em escola municipal na zona oeste do Rio. Na ocasião, foi indagado se participaria de plano para 2022 com o ex-ministro Sergio Moro. “Teria muita dificuldade”, disse. “Com todo o respeito ao ministro Moro, acho que ele não faz parte desse ambiente de mais diálogo”, avaliou. Ele acrescentou, ainda, não descartar aliança entre legendas de centro-direita e de centro-esquerda.