Título: BC vê crescimento de 1,29% em janeiro
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 16/03/2013, Economia, p. 13

Brasil começou 2013 em ritmo de retomada. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) — indicador que tenta antecipar a variação do Produto Interno Bruto (PIB) —, o país teria crescido 1,29% no primeiro mês do ano, em relação a dezembro. Foi o maior avanço desde junho de 2008, quando havia sido registrada uma expansão de 3,17%. Para o Itaú Unibanco, que também faz projeções sobre o comportamento da economia, a alta de janeiro teria sido de apenas 0,6%. As duas previsões, no entanto, são consideradas positivas pelo mercado por serem indicações de que este ano será melhor do que 2012.

No trimestre encerrado em janeiro de 2013, o avanço do IBC-BR foi de 0,65%, pouco melhor que o 0,5% registrado no trimestre imediatamente anterior. Para fevereiro, porém, segundo dados preliminares do Itaú Unibanco, o desempenho pode ser mais fraco. "Esses indicadores sugerem que a economia está se expandindo em um ritmo mais intenso, mas esperamos moderação nos trimestres seguintes", observou Aurélio Bicalho, economista do banco.

Na avaliação da instituição financeira, em fevereiro os indicadores de consumo de energia elétrica, produção de veículos, expedição de papelão ondulado, movimento de veículos pesados nas estradas e confiança dos empresários apontam para queda de 1,6% na produção industrial. "Os índices correlacionados com o comércio também sugerem contração", disse Bicalho. Apesar desses números ruins, a agropecuária deve salvar o desempenho do período em função da colheita de soja.

"O quadro mostra alguma recuperação econômica, mas a intensidade dos índices de janeiro sugere que esse movimento não é sustentável", argumentou André Loes, economista do HSBC, ao avaliar o IBC-Br. "Nós, recentemente, rebaixamos nossa previsão de crescimento do PIB em 2013 de 3% para 2,6%. Essa redução ocorreu em função de uma previsão de baixo ritmo de investimentos e de um aperto na política monetária que devem ocorrer este ano", disse. O próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, já indicou que os juros devem ser elevados para conter a inflação, o que, por outro lado, pode frear a expansão da economia.