Valor econômico, v. 21, n. 5130, 18/11/2020. Brasil, p. A2

 

Duas estatais são extintas, e mais 46 estão sob análise

Lu Aiko Otta

18/11/2020

 

 

Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais (Casemg) e Companhia Docas do Maranhão (Codomar) foram liquidadas

Em dois meses, o governo federal extinguiu duas empresas estatais: a Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais (Casemg), no fim de outubro, e a Companhia Docas do Maranhão (Codomar), em setembro, segundo balanço divulgado ontem pelo Ministério da Economia.

Outras 46 empresas estão em análise para ter seu destino definido. O trabalho deve ser concluído no primeiro semestre do ano que vem.

“A lógica de liquidação de uma empresa pública é quando ela não exerce uma função de entrega de serviços públicos relevantes e quando o setor privado não tem interesse em absorver aquela atividade, seja porque ela não é economicamente viável, seja porque a empresa já atingiu um grau de insolvência que a faz incapaz de retomar qualquer atividade”, disse o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord, em nota.

O processo de liquidação tem sido mais rápido, ressaltou Mac Cord. “Historicamente, essas liquidações demoram anos para acontecer porque não costumam ser do interesse de ninguém”, comentou. O processo de liquidação dá oportunidade à realização de negócios, como a venda de ativos, e isso por vezes pode tomar tempo. “Estamos imprimindo datas, prazos e um processo mais claro”, disse. “Por isso, conseguimos liquidar duas empresas em um período tão curto.”

A Casemg acumulou prejuízo de R$ 16,8 milhões entre 2011 e 2016. “Considerando as despesas administrativas e os custos operacionais, a média anual de gastos, entre 2017 e 2020, foi de R$ 19 milhões”, informou o Ministério da Economia. A despesa com pessoal e encargos somou R$ 8,8 milhões no ano passado, o que representou 44,2% dos gastos totais da empresa. De janeiro a junho deste ano, a folha respondeu por 56,9% das despesas, segundo a pasta.

A empresa foi criada em 1957 para armazenagem e ensilamento, comércio e transbordo de produtos do agronegócio. Das 18 unidades, apenas seis tiveram superávit em 2016. Durante o processo de liquidação, que levou dois anos, foram alienados sete bens imóveis, totalizando R$ 32,8 milhões.

A Codomar, por sua vez, acumulou prejuízo de R$ 64 milhões entre 2014 e 2017. No período de liquidação, o valor foi a R$ 152,9 milhões, segundo o ministério.