O globo, n. 31849, 18/10/2020. País, p. 6

 

Na Aman, Bolsonaro diz que “pede a Deus” pela reeleição

Paulo Capelli

Julia Lindner

18/10/2020

 

 

Em discurso para turma de cadetes do Exército. presidente, sem citar nomes dos países. criticou a Argentina e a Venezuela

 O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deixou claro ontem o desejo de ser reeleito, durante discurso na cerimônia de entrega de espadins para mais de 600 cadetes do Exército, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende , no sul do estado do Rio de Janeiro. No início de seu discurso, Bolsonaro lembrou que faltam ainda três anos e meio para a turma de cadetes concluir o curso e declarou, projetando uma vitória na eleição de 2022:

- Rogo a Deus que esteja aqui em 2023.

Então - um mês depois de o Exército simular uma situação de guerra na Amazônia com a Venezuela, revelada pelo globo - o presidente criticou indiretamente o país e a Argentina. - Hoje vemos um país mais ao norte (Venezuela), onde as Forças Armadas decidiram trilhar outro caminho. Liberdade, esse povo, nosso irmão, perdeu. Mais ao sul, outro país (Argentina) parece querer seguir o mesmo caminho. Peço a Deus que estou errado, peço a Deus para salvar nossos irmãos mais ao sul-Bolsonaro disse. O presidente estava acompanhado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo; o vice-presidente, Hamilton Mourão; o Ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto; e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio

Gomes de Freitas, além dos deputados federais e do prefeito de Resende, Diogo Balieiro, candidato à reeleição. Ao cumprimentar apoiadores, Bolsonaro foi questionado pelo mundo sobre a situação do senador Chico Rodrigues (DEMRR), que foi flagrado com dinheiro na cueca. Questionado se a decisão de destituir o senador caberá ao Senado ou ao Supremo Tribunal Federal, o presidente afirmou:

- Não quero dar opinião política sobre isso, não.

 CONSELHO DE ÉTICA

Chico Rodrigues é alvo de uma representação registrada no Conselho de Ética do Senado pelos partidos Rede e Cidadania, que pedem a Cassação do eumandato. Na sexta à noite, o presidente do colegiado, Jayme Campos (DEM-MT), disse: entretanto, que a ação contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que prevê a abertura de processo disciplinar, seja analisada previamente, obedecendo a uma ordem de entrada. A representação envolvendo o filho do presidente foi apresentada há cerca de oito meses e aponta para seu suposto envolvimento com milícias no Rio de Janeiro; prática de rachadinha; lavagem de dinheiro; e contratação de funcionários fantasmas quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Flavio nega todas as acusações. - Tem que ser a ordem. Como entra uma representação ou reclamação contra um cidadão há três ou quatro meses e agora entra outra e vai em frente? 

- Eu disse Campos. Apesar do entendimento de Campos, a tramitação dos processos ainda pode demorar, uma vez que os trabalhos só serão retomados após o retorno das sessões presenciais do colegiado, paralisado por causa da pandemia. Fields ainda pondera que nem todas as inscrições serão admitidas. Os senadores Jorge Kajuru (CidadaniaGO) e CID Gomes (PDT-CE) também são objeto de pedido de procedimento disciplinar no Conselho de Ética. já os trabalhos só serão retomados após o retorno das sessões presenciais do colegiado, paralisado por conta da pandemia. Fields ainda pondera que nem todas as inscrições serão admitidas. 

Os senadores Jorge Kajuru (CidadaniaGO) e CID Gomes (PDT-CE) também são objeto de pedido de procedimento disciplinar no Conselho de Ética. já os trabalhos só serão retomados após o retorno das sessões presenciais do colegiado, paralisado por conta da pandemia. Fields ainda pondera que nem todas as inscrições serão admitidas. Os senadores Jorge Kajuru (CidadaniaGO) e CID Gomes (PDT-CE) também são objeto de pedido de procedimento disciplinar no Conselho de Ética.