Título: Flerte com PDT
Autor: Cipriani, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 05/04/2013, Política, p. 2

Considerado pelo Planalto como adversário certo em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tenta construir sua candidatura presidencial flertando com legendas da base de apoio da presidente Dilma Rousseff. As conversas têm se mostrado mais intensas com o PDT, legenda com a qual Campos garante ter afinidades. “Ele nos disse que, juntos, PSB e PDT têm base social e política para construir uma candidatura viável no campo da esquerda”, confirmou ao Correio o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

Embora o governador de Pernambuco não tenha sido explícito sobre a própria candidatura no ano que vem — “temos que avaliar as condições políticas e econômicas de 2014”, afirmou ele a Lupi — o presidente do PDT enxergou na palavra “juntos” a intenção de formalização de uma chapa entre socialistas e pedetistas. “Estaremos abertos para conversar com todos os pré-candidatos”, confirmou Lupi.

De olho em uma possível aliança, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que poderia aceitar a indicação de vice na chapa presidencial. Mas afirma que talvez não seja a melhor opção para a vaga. “Eu não agrego tudo o que ele (Eduardo) precisa”, sustenta. Segundo Cristovam, o governador de Pernambuco precisa de um candidato de um colégio eleitoral maior, como São Paulo.

Lupi negou que, durante as várias conversas que tem mantido com Eduardo, em algum momento tenha surgido um convite para Cristovam ser o vice em uma chapa presidencial no ano que vem. “O nome dele dentro do partido é forte, até por encarnar uma proposta defendida pelo PDT, de construir uma escola em tempo integral em todos os municípios brasileiros”, declarou o presidente nacional do PDT.

Um entusiasta da parceria PDT-PSB é o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). No plano local, ele tem se articulado com o deputado federal Antônio Reguffe (PDT) para também formar uma chapa e concorrer ao governo do Distrito Federal. Apesar de ressalvar que ainda é cedo para definição de coligações, ele afirma que, havendo acordo entre os dois partidos, o nome do ex-governador do Distrito Federal surge “automaticamente” como uma possibilidade. “Cristovam não é mais um nome local. É um nome nacional, identificado com a causa da Educação”, defende Rollemberg.

“Ele nos disse que, juntos, PSB e PDT têm base social e política para construir uma candidatura viável no campo da esquerda” Carlos Lupi, presidente do PDT