Título: Peso maior no bolso
Autor: Lobato, Paulo Henrique
Fonte: Correio Braziliense, 05/04/2013, Economia, p. 9

Responsáveis por quase metade de todos os gastos dos brasileiros com saúde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os medicamentos vão pesar ainda mais no bolso do consumidor neste ano. De acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Ibope Inteligência, o mercado de remédios deve movimentar R$ 70 bilhões em 2013, 12% a mais que no ano passado. A estimativa é que o dispêndio anual por pessoa no país seja de R$ 430,92.

De acordo com o estudo, a classe C é a maior consumidora de medicamentos. A expectativa no período é de que só ela seja responsável por 45% das vendas, ou algo em torno de R$ 31,7 bilhões. Em seguida, vêm as classes B (R$ 24 bilhões), D e E (R$ 8,6 bilhões) e A (R$6,6 bilhões). Na análise por região, o Sudeste é o que tem o maior potencial de consumo. Estima-se que os quatro estados — RJ, SP, MG, ES — sejam responsáveis por 52% dos gastos com remédios, o equivalente a R$ 37 bilhões, seguidos pelas regiões Nordeste (18%), Sul (16,4%), Centro-Oeste (8%)e Norte (5,4%).

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada no ano passado pelo IBGE já antevia esse crescimento. O levantamento, referente ao período 2008/2009, mostrou que 7,2% do orçamento médio mensal da família brasileira são gastos com saúde. Em 2003, eram 6,5%. As despesas são lideradas pelos medicamentos (48,6%) e pelos planos de saúde (29,8%), que, juntos, somam quase 80% dos custos.

Quando os dados são considerados por faixa social, o peso que os remédios representam no orçamento é maior na população de renda mais baixa. Entre os mais pobres, chega a representar 74,2% dos gastos mensais. Para a classe A, cai para 33,6%.