O Estado de São Paulo, n.46310, 02/08/2020. Economia e Negócios, p.B1
Falta de previsibilidade na pandemia obriga presidentes a reinventar gestão
Luciana Dyniewicz
Reneé Pereira
02/08/2020
No 'escuro', em função das incertezas criadas pela covid-19, executivos à frente de grandes empresas trocam prazos semestrais por trimestrais e estabelecem reuniões diárias com a equipe, seja para atualizar cenários ou para buscar maior união entre funcionários
Com a pandemia, presidentes de empresas trocaram prazos semestrais por trimestrais em projetos e metas. Reuniões diárias passaram a ser frequentes. Flexibilidade é palavra-chave.
Após se acostumarem a liderar milhares de funcionários de casa, executivos de grandes empresas enfrentam agora um outro – e talvez maior – desafio: traçar estratégias para suas companhias praticamente no escuro, com pouquíssima previsibilidade do que acontecerá na economia do País nos próximos meses, enquanto durar a pandemia da covid-19.
Diante dessa nova realidade, a rotina corporativa mudou. Planejamentos deixaram de ser feitos para os próximos seis meses e passaram a ser para três. Os cenários com os quais as empresas trabalham se tornaram mais variados e a velocidade com que eles são substituídos por outros aumentou. Resiliência, adaptabilidade e flexibilidade viraram palavras-chave. "Os negócios precisam ter resiliência para os novos desafios, que são intermináveis e frequentes, e flexibilidade para se reinventar", diz o presidente da Natura, João Paulo Ferreira.