Título: BC mantém ameaça
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 06/04/2013, Economia, p. 8

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou ontem que a taxa básica de juros (Selic) poderá subir na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 16 e 17 de abril. Durante almoço como um grupo de empresários, em São Paulo, ele enfatizou que a instituição está atenta à disparada do custo de vida, cuja alta, em 12 meses, poderá estourar o teto da meta com o fechamento do índice de março.

Segundo participantes do encontro, Tombini procurou manter a serenidade, apesar de reforçar que o BC está atento a todos os movimentos dos preços e não hesitará em agir ao menor sinal de descontrole da inflação. "Pelo que percebi, o sinal de alerta está ligado. O BC está convencido dos perigos da inflação nos níveis atuais. Mais do que isso, quer deixar claro que tem toda a autonomia possível para elevar os juros, se necessário", disse um dos representantes da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que organizou o evento.

Crescimento O presidente do BC também reforçou a confiança de que a retomada do crescimento está se dando de forma consistente, e deverá se consolidar no segundo semestre. Essa visão foi reforçada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que assegurou um resultado melhor para o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano. Segundo ele, tudo indica que o avanço foi "um pouco maior" do que o registrado nos últimos três meses de 2012, quando houve expansão de 0,6%. Ele afirmou que o faturamento e a produção da indústria automobilística — apenas em março, a produção saltou 39% — podem ser usados como um parâmetro importante para sustentar o otimismo.

Mantega acredita que, com os incentivos dados pelo governo, as empresas voltarão a investir e o crescimento ganhará mais fôlego. No entender dele, a redução de custos por meio de desonerações tributárias vai animar o setor produtivo a ampliar as fábricas e a garantir os empregos. Ontem, o governo anunciou a inclusão de mais 14 setores no pacote de incentivos.