Título: Varejo acende sinal de alerta
Autor: Temóteo, Antonio
Fonte: Correio Braziliense, 24/03/2013, Economia, p. 12

Empresários temem que inflação corroa o poder de compra dos consumidores e cobram ação rápida do governo para conter alta dos preços

Os empresários do varejo estão em estado de alerta com a alta da inflação. Para eles, o pior cenário possível é a disparada de preços sair do controle do Banco Central, destruindo o poder de compras das famílias. Não à toa, esperam uma ação rápida do governo para conter a carestia. “Ahistória nos mostra esse monstro terrível que é a inflação. Tem que haver uma preocupação constante para equacionar esse problema, antes que ele tome proporções incontroláveis”, disse o presidente da Riachuelo e do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), Flávio Rocha.

O setor acendeu o sinal amarelo após divulgação da alta de 0,49% do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de ter mostrado desacelaração ante o patamar de 0,68%, de fevereiro e ficado abaixo das estimativas de 0,51% do mercado, o indicador está longe de ser motivo de comemoração. Confiança

Os dados do IBGE indicam que 74,2% dos produtos e serviços acompanhados pela instituição tiveram aumento de preços em março, número acima dos 73,1% de janeiro. Em 12 meses, o IPCA-15 chegou a 6,43%, percentual próximo do teto da meta, de 6,5%, definido pelo Conselho Monçtário Nacional (CMN) — o maiorníveldesdejaneirode2012.

Para o presidente do Grupo

Pão de Açúcar, Enéas Pestana, não adianta o mercado consumidor crescer com taxas maiores que a do Produto Interno Bruto (PIB), com oferta de crédito, se a indústria não acompanha essa demanda. “Com a inflação momentânea, levará alguns anos até que a oferta venha a se equilibrar com a demanda", disse. “O mais importante é que a indústria não desacelere o investimento; que acredite no crescimento do país e nesse mercado consumidor tanto quanto o setor de varejo tem acreditado”, ressaltou.

Para Pestana, um dos palestrantes do Fórum Nacional de Varejo, há uma crise de confiança por parte do empresariado brasileiro, uma vez que existem grandes gargalos a serem resolvidos, como a carga tributária excessiva, a burocrática, a falta de infraestrutura, além de problemas trabalhistas. “Temos que ter a coragem de enfrentar isso de maneira forte e positiva. Mas os líderes empresariais e políticos precisam disseminar confiança de maneira positiva”, finalizou.

Para o presidente do conselho de administração da Máquina de Vendas, Luiz Carlos Batista, alô erti alta é um incômodo para o setor. Ele diz que o setor se preocupa porque “a inflação corrói o poder de compra das famílias brasileiras.”

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