Título: Fim da mordomia gaúcha
Autor: Luiz, Edson
Fonte: Correio Braziliense, 27/03/2013, Política, p. 5

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou o fim do pagamento dos 14º e 15º salários aos deputados, que recebem R$ 20 mil mensais. A decisão foi tomada em acordo entre todas as bancadas, mas parte da bancada petista se absteve de votar. Com isso, a Casa vai economizar R$ 6,6 milhões por legislatura. No final do mês passado, a Câmara dos Deputados também decidiu extinguir a gratificação. Antes disso, o Senado já havia tomado a mesma decisão, depois de o Correio denunciar a mordomia.

A decisão da assembleia gaúcha também teve como objetivo evitar — , com o fim dos 14º e 15º salários — que os deputados recebessem vencimentos acima do limite de 75% do que é pago aos parlamentares federais. Entretanto, assim como no Congresso Nacional, os deputados do Rio Grande do Sul vão continuar recebendo ajuda de custo no início e no fim de cada legislatura. Parte da bancada do PT ainda tentou barrar o abono, mas a proposta foi rejeitada e a decisão foi aprovada por votação simbólica. "Fomos coerentes com nossa de luta contra os privilégios", justificou o deputado Edegar Pretto, autor da proposição que acabou com a regalia.

O 14º salário da Assembleia Legislativa gaúcha era calculado com base nos vencimentos do deputado. Já o 15º era sobre a frequência do parlamentar. A ajuda de custo também será paga dependendo da presença do deputado, mas ele pode receber o abono integral em casos de viagem a trabalho, por licenças médicas ou tratamento de parentes. Com a extinção do abono no Rio Grande do Sul, restam poucos casas legislativas estaduais que ainda pagam o benefício. A maioria já aprovou leis que acabam com os salários extras ainda no primeiro semestre deste ano.