O Estado de São Paulo, n.46312, 04/08/2020. Metrópole, p.A13

 

País tem média diária de 995 mortes; SP prevê chegar a 31 mil óbitos

Sandy Oliveira

João Ker

Paloma Cotes

Roberta Jansen

04/08/2020

 

 

Estimativa considera possíveis registros até o dia 15, mas governo destaca que números estão em queda

Nos últimos sete dias, o Brasil relatou uma média diária de 995 mortes por covid-19. O País registrou nesta segunda-feira 572 óbitos e 18.043 novas infecções de coronavírus em 24 horas, segundo dados do levantamento realizado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL com as secretarias estaduais de Saúde. O balanço mais recente do Ministério da Saúde mostra ainda que 1.912.319 pessoas já se recuperaram do coronavírus em todo o País. No total, 94.702 vidas já foram perdidas por causa da covid-19.

Sobre os infectados, já são 2.751.665 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 18.043 desses confirmados no último dia. A média móvel de casos f oi de 43.610/dia, registrados nas últimas duas semanas. Entre os Estados mais afetados pela pandemia, São Paulo fica em primeiro lugar, com 560.218 casos confirmados e 23.365 mortes. Dos 645 municípios, 642 têm pelo menos uma pessoa infectada e 474 registram um ou mais óbitos.

Projeções feitas pelo Centro de Contingência contra a Covid-19 estimam que o Estado de São Paulo pode ter entre 26 mil e 31 mil mortes pelo novo coronavírus até o dia 15. Em números de casos confirmados da doença, a estimativa é de que, até esta data, o Estado tenha entre 620 mil e 720 mil casos. As estimativas foram apresentadas em coletiva de imprensa ontem.

De acordo com o governador João Doria (PSDB), o Estado teve nova queda de casos e óbitos na última semana. Na semana entre 26 de julho e 1.º de agosto, houve uma diminuição de 8% nas mortes em relação à semana anterior, de 19 a 25 de julho. Ao todo, foram registrados 1.719 óbitos, o que representa 151 vítimas a menos.

No mesmo período, também houve queda de 2,5% no número de internações pelo coronavírus. Ao todo, foram 12.874 internações, ante 12.551 pessoas na semana anterior. o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, também observou que, desde o início da pandemia, o Estado realizou 1.778.000 testes para a covid-19, o equivalente a 25% do total realizado em todo o Brasil.

Rio. Já no Rio, um novo trabalho científico mostra que a covid-19 matou, nos bairros mais pobres, proporcionalmente o dobro em relação às áreas mais ricas da cidade, comparando-se o número de contaminados pela doença em cada região. A conclusão está em novo estudo da Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A vulnerabilidade pode ser explicada pelo acesso deficiente aos serviços de saúde e pelas más condições de saúde nas partes mais empobrecidas do município. A pesquisa confirma o que outros levantamentos vêm mostrando: as maiores vítimas do novo coronavírus são os socialmente mais desfavorecidos. Foi entre eles que ocorreram oito em cada dez mortes causadas pelo novo coronavírus na cidade.

O estudo mostra que 79,6% dos 6.735 óbitos registrados na capital até o dia 13 de junho ocorreram nas áreas mais pobres da cidade. A maioria das vítimas morreu longe da zona sul, Barra da Tijuca e da chamada Grande Tijuca. Essas são áreas que têm Índice de Desenvolvimento Social (IDS) mais alto. Mesmo com mais idosos, principal grupo de risco para a doença, essas regiões de maior poder aquisitivo tiveram uma taxa de letalidade média de 10% dos infectados. Isso é metade da registrada nos locais mais carentes: 20% em média.