Título: Reajuste tende a ser menor
Autor: Temóteo, Antonio
Fonte: Correio Braziliense, 04/04/2013, Economia, p. 13

Os direitos garantidos com a aprovação da PEC das Domésticas são um grande avanço para a categoria. Especialistas ouvidos pelo Correio ressaltam, no entanto, que, apesar do crescimento da renda média desses profissionais, ainda há um grande abismo entre os salários pagos a eles e os dos demais brasileiros ocupados.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, entre fevereiro de 2012 e o mesmo mês de 2013, o rendimento médio dos trabalhadores domésticos passou de R$ 718,64 para R$ 768,70, um crescimento de 7% — a maior expansão entre as categorias apuradas na Pesquisa Mensal da Emprego (PME). Apesar do melhoria, o salário médio da população ocupada registrado pelo IBGE no segundo mês deste ano chegou a R$ 1.849,50, 140% maior que o dos domésticos.

Para o economista-chefe da Opus Investimento, José Márcio Camargo, e especialista em mercado de trabalho, o profissional do lar tem uma remuneração menor porque é menos qualificado. Ele destacou que a categoria tem os níveis educacionais mais baixos dentro da estrutura ocupacional brasileira.

De acordo com Camargo, se o mercado permanecer aquecido, como nos últimos dois anos, será pouco provável que o aumento da renda dos domésticos continue forte, porque muita gente migrará para outras profissões. “Mais importante que a aprovação da PEC é o que vai acontecer com o cenário. Se o desemprego aumentar, a renda vai diminuir”, completou.

Na avaliação do professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, essa diferença salarial pode ser reduzida por meio da oferta de capacitação desses trabalhadores. Segundo ele, com a nova legislação trabalhista em vigência, haverá, da parte dos empregadores, uma cobrança por melhores serviços prestados, e isso estimulará a qualificação.

“Como há um nível muito alto de informalidade, combinado com baixa especialização e com a herança histórica de desigualdade, o desafio é melhorar os níveis educacionais”, disse. Piscitelli acredita que o governo pode auxiliar nesse processo ao oferecer cursos para que os domésticos tenham um maior nível de instrução e, consequentemente, melhor renda média.

Ele ainda considerou importante o papel de transformação cultura que a PEC promoverá na sociedade brasileira, uma vez que há no país preconceito contra o trabalhador doméstico. “O passo para a igualdade foi dado, e esse momento representará uma mudança nas relações de trabalho e nas sociais, para o bem de toda a população brasileira.”

Renda 7% Crescimento do salário médio dos domésticos em um ano

622 vagas na Aeronáutica A Aeronáutica lançou esta semana quatro editais, que, juntos, oferecem 622 oportunidades de níveis médio e superior aos interessados em seguir carreira na Força. Há vagas para candidatos de ambos os sexos. As seleções são para o curso de formação de sargentos (542), para dentista (23), para farmacêutico (17) e para engenheiro (40). O período de inscrições do primeiro deles começa no dia 17 — e vai até 9 de maio —, pelo site www.fab.mil.br. A taxa custa R$ 60. A prova está prevista para 7 de julho. Quem vai tentar uma das demais chances tem até 24 deste mês para garantir a participação nas provas, pelo site www.ciaar.com.br. A taxa é R$ 120. Para elas, haverá testes em 16 de junho.