O globo, n. 31852, 21/10/2020. País, p. 10

 

Até oposição ajuda Senado a aprovar Oliveira no TCU

Julia Lindner

Gabriel Shinoara

Leandro Prazeres

21/10/2020

 

 

Indicação do nome do ministro da Secretaria-Geral da Presidência teve 53 votos a favor e só 7 contra

 Por 53 votos a 7, o Senado aprovou ontem à noite a indicação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Anteriormente, Oliveira passou por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara (CAE) e teve outra vitória significativa, com 23 votos a favor e apenas 3 contra.

Um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro, Oliveira deve preencher a vaga do ministro e presidente do TCU, José Múcio, que deixará o cargo por aposentadoria no dia 31 de dezembro. O cargo é vitalício.

Oliveira foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e chefe adjunto dos Assuntos Jurídicos da Casa Civil antes de assumir a Secretaria-Geral da presidência. Ele foi citado para ser indicado à vaga deixada pelo ministro Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na votação em plenário, não houve discurso contrário ao nome de Oliveira, nem mesmo de parlamentares da oposição. O ministro do Bolsonaro obteve apoio de diferentes correntes políticas, incluindo senadores do PT.

O sábado foi marcado por louvor. O Major Olímpio (PSL-SP), que passou recentemente a atuar de forma crítica junto ao governo, chamou Oliveira de "ilha de capacidade em um mar de insanidade" ”

- Vossa Excelência sempre se pautou pela isenção, humildade de comportamento, discrição e eficácia de suas ações.

A pergunta mais incômoda veio de Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que perguntou se Oliveira não tinha medo de se tornar conhecido como “advogado” do presidente.

- Como vice-chefe de assuntos jurídicos, disse várias vezes não ao presidente. (Posições) ao contrário do que ele pretendia - respondeu Oliveira.