Correio braziliense, n. 20992, 14/11/2020. Brasil, p. 11

 

"Conversinha", diz presidente sobre 2ª onda

Wesley Oliveira 

14/11/2020

 

 

O presidente Jair Bolsonaro reagiu, ontem, contra a possibilidade de uma segunda onda de infecção pelo novo coronavírus. Ao deixar o Alvorada, o chefe do Executivo classificou o episódio como "conversinha" e defendeu que os brasileiros enfrentem o vírus para que o Brasil não vire um país de miseráveis. "Vocês vejam o que era antes, como eram os ministérios, como tudo era aparelhado no Brasil, e como estão funcionando agora, apesar dessa pandemia, aí, que nos fez gastar mais de R$ 700 bilhões", comentou. "E, agora, tem a conversinha de segunda onda. Tem que enfrentar se tiver (segunda onda). Se quebrar de vez a economia, seremos um país de miseráveis. Só isso", disse.

Esta foi a segunda vez, nesta semana, que Bolsonaro minimizou a pandemia no Brasil. Na Europa, diversos países registraram indícios de uma segunda onda, e o número de casos se mantém alto nos Estados Unidos. Na terça-feira, o mandatário chegou a dizer que o Brasil "tem que deixar de ser um país de maricas" e enfrentar a doença. Meses atrás, aos apoiadores que se aglomeram na saída do Alvorada, disse que o brasileiro tinha que enfrentar o vírus "como homem".

Vacina
Na mesma conversa com os seus apoiadores, o presidente evitou falar sobre compra de vacinas contra a covid-19. No entanto, alegou ser contra a vacinação obrigatória. "Não vou fazer exercício de futurologia para você, está certo? Tem certas coisas que não podem correr", respondeu a uma apoiadora ao ser questionado sobre quando o imunizante estaria disponível.

E finalizou: "Toda a vacina é igual a um produto bélico, nenhum país compra um armamento de outro país se aquele país não está usando aquilo lá".