O globo, n.31886, 24/11/2020. País, p. 14

 

Modelo acusa Irajá Silvestre de estupro; senador nega

24/11/2020

 

 

Uma modelo de 22 anos acusou no último domingo o senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO) de estupro. Em depoimento à polícia, a moça relatou que foi abusada em um flat no bairro Itaim Bibi, na região Sul de São Paulo. Irajá é filho da também senadora Kátia Abreu (PP-TO).

Em nota divulgada ontem, o senador classifica o episódio de “maldoso e traiçoeiro”. O parlamentar compareceu à delegacia que apura o caso e se colocou à disposição para se submeter a exame de corpo de delito e toxicológico. O senador diz ainda que está sendo alvo de um “enredo calunioso e difamatório”.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 14º Distrito Policial de Pinheiros, a jovem, que pediu para ter a identidade preservada, conheceu o senador no domingo, dia 22, durante almoço com amigas no Jockey Club de São Paulo. À polícia, ela disse que seguiu com ele até a casa noturna Café de La Musique, onde foi dopada e perdeu a consciência. De acordo com a versão apresentada, ela acordou já no flat enquanto era abusada pelo senador.

No documento, a modelo disse que o senador a penetrou sem preservativo e acrescenta que não resistiu ao abuso por medo de apanhar. A modelo afirmou ainda que foi impedida por ele de ir ao banheiro e tomar água. Ela só conseguiu se desvencilhar do senador e ir até o banheiro pedir ajuda depois de alegar que estava passando mal, segundo o boletim de ocorrência. Em seguida, foi ajudada por amigos que foram até o apart hotel.

A Secretaria de Segurança de São Paulo informou por meio de uma nota que solicitou exame de corpo de delito à vítima e imagens do local estão sendo analisadas. Por se tratar de investigação de crime contra a dignidade sexual, o processo segue sob segredo de Justiça.

PARLAMENTAR NEGA

Em nota, o senador Irajá Silvestre Filho negou o abuso e afirmou se tratar de um episódio infame.

“O fato é que, como principal interessado na revelação ampla e total de toda essa farsa, solicitei que meu advogado, Daniel Bialski, reforçasse às autoridades responsáveis pela investigação do caso que requisitassem a realização de exame de corpo delito na acusadora para comprovar a verdade. Ressalto que compareci espontaneamente à delegacia responsável pela apuração dos fatos e pedi para ser submetido, voluntariamente, a exame de corpo de delito e toxicológico, tudo para desmistificar o quanto aleivosamente alegado. As filmagens, demais provas e testemunhas hão de repor a verdade no seu devido lugar e vir a declarar minha total e plena inocência”, diz a nota.

O parlamentar ainda acrescenta no texto: “Reitero que não cometi ilícito algum e estou à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.”