Título: Especialistas alertam para o uso dos recursos
Autor: Totinick, Ludmilla
Fonte: Jornal do Brasil, 11/09/2008, Economia, p. A22

BRASÍLIA

O Brasil descobriu imensas reservas de petróleo quando não precisa mais dele para crescer. A avaliação é do economista Antonio Barros de Castro, e foi apresentada durante o seminário Desenvolvimento Econômico: Crescimento com Distribuição de Renda, promovido pelo Ministério da Fazenda, em Brasília.

A declaração do economista não tem qualquer viés negativo. O alerta de Barros de Castro é que o Brasil tem uma economia saudável, em crescimento, e precisa preparar-se para utilizar da melhor forma as novas reservas de petróleo para promover o desenvolvimento futuro.

Barros de Castro, assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostrou projeções que indicam ser inevitável a expansão do participação do petróleo na pauta de exportações brasileiras no futuro.

O economista destacou que o Brasil já era auto-suficiente em petróleo, e que o anúncio das reservas do pré-sal geram um excedente. Disse que é preciso evitar que a economia passe a apostar somente no petróleo, o que pode gerar desestímulos à produção de bens que, em um primeiro momento, não são tão intensamente demandados. É necessário manter o conjunto produtivo robusto, evitando aposta em matriz praticamente única.

Ou seja, será preciso tomar decisões para tornar a pauta de exportações brasileira mais ou menos petroleira. Análises apontadas por Barros mostram comparação da produção do pré-sal, de acordo com cenário de mercado e com políticas ativas de oferta e demanda. Pela estimativa de cenário de mercado, haveria forte expansão em prazo mais curto, em oferta notadamente maior que a demanda entre 2020 e 2040. Com políticas ativas de oferta e de demanda, o fluxo estaria mais ajustado.

A economista Maria da Conceição Tavares concorda que o Brasil e o cenário mundial apresentam condições nunca antes vistas.

¿ Pela primeira vez vemos uma crise internacional e não temos dívida externa pública ¿ disse. Ela enfatizou que o Brasil escolheu uma boa opção entre os emergentes, obtendo como resultados crescimento e inflação razoáveis.