O crescimento da abstenção já era aguardado, assim como no primeiro turno, por cientistas políticos e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em virtude das limitações de mobilidade causadas pela pandemia de Covid-19.

— É um número maior do que nós desejaríamos, mas é preciso ter em conta que realizamos eleições no meio de uma pandemia e que muitas pessoas deixaram de votar, por estarem com a doença, por estarem com sintomas e ou por medo —disse o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.

Na maioria das capitais, houve crescimento da abstenção na comparação com a última eleição de segundo turno. O maior índice foi registrado em Goiânia, ondeaabstenção somou 36% do eleitorado. Em 27 cidades, a taxa foi superior a 30%.

No Rio, a abstenção ficou em 35,5%. Há quatro anos, 26% dos eleitores não compareceram na cidade. Em São Paulo, o percentual foi de 30,8%. Em 2012, último pleito em que a capital paulista teve segundo turno, esse índice ficou em 20%.

Em números absolutos, o não comparecimento no Rio foi maior que a votação de Eduardo Paes (DEM), que foi eleito prefeito. Foi 1,6 milhão de votos no candidato do DEM, enquanto 1,7 milhão de eleitores não foram às urnas. Em São Paulo, 2,7 milhões de eleitores não votaram, número superior ao total de votos em Guilherme Boulos (PSOL), que recebeu apoio de 2,16 milhões de eleitores e ficou em segundo lugar.

Em Belém e Cuiabá, a abstenção foi menor que em 2016. A cidade paraense registrou taxa de 20,7%, o menor percentual entre as capitais. Em 2016, 21,2% não compareceram. Na capital do Mato Grosso, a abstenção somou 24,8%, próximo ao patamar da última eleição. No primeiro turno, a cidade também não registrou mudança significativa no índice. Vitória da Conquista (BA), Caucaia (CE) e Feira de Santana (BA) tiveram as menores taxas de abstenção, de 18%.