Correio braziliense, n. 20994, 16/11/2020. Política, p. 5

 

Poá tem Melo x Manuela

16/11/2020

 

 

Manuela D'Ávila e Sebastião Melo farão o segundo turno em Porto Alegre. O emedebista fechou a corrida eleitoral com 31,01% dos votos, enquanto que a representante do PCdoB ficou com 29% –– ela tinha saído na frente na corrida da apuração, mas tomou a virada. O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que buscava a reeleição, fez apenas 21% e se despede do Palácio Piratini em 31 de dezembro.
A retirada da candidatura de José Fortunati (PTB) foi um dos lances fundamentais para uma profunda mexida no tabuleiro político de Porto Alegre, fazendo com que a maioria dos seus votos migrasse para Sebastião Melo –– sobretudo, porque o petebista manifestou apoio ao emedebista. Já no caso de Manuela, o desafio, agora, será buscar, para o segundo turno, votos não apenas entre os partidos de esquerda, mas, sobretudo, entre eleitores de centro-direita de Marchezan.

No sábado, a pesquisa Ibope indicava 40% para Manuela e 25% para Melo. Após ter votado durante a tarde, Melo já mostrava confiança de que seguiria no páreo. "Eu fui sentir a eleição mais no final, porque a decisão do eleitor fica mais à flor da pele. Estou muito convencido de que o acolhimento da última semana nos levaria para o segundo turno".

Já a candidata do PCdoB garantiu que não tinha um adversário preferido para enfrentar no segundo turno. "Nossos adversários são os problemas da cidade. Não escolhemos contra quem vamos lutar", disse. Alvo de acusações machistas nos debates, Manuela também espera maior equilíbrio nos próximos encontros com o adversário. "Vocês acompanharam a violência à qual eu fui submetida nos debates e o silêncio de todos os candidatos homens em relação à essa violência em público", cobrou.

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BH: Kalil é reeleito com sobras 

16/11/2020

 

 

O empresário e ex-presidente do Atlético Mineiro Alexandre Kalil (PSD) foi reeleito prefeito de Belo Horizonte, ontem, confirmando as pesquisas de opinião que o colocavam como vencedor já no primeiro turno. Obteve 63,36% dos votos contra o segundo colocado, o deputado estadual Bruno Engler (PRTB), com 9,95% dos votos, candidato do presidente Jair Bolsonaro.

É a terceira vez, desde o início do sistema de votação em dois turnos, em 1992, que o eleitor da capital mineira escolhe quem governará a cidade pelos próximos quatro anos em um turno só. Ao votar pela manhã em um colégio da Zona Sul da capital, o prefeito reeleito afirmou ter feito campanha sem marqueteiro e mostrando o que seu governo fez na cidade.

Disse, ainda, que a pandemia o impediu de ter contato direto com os eleitores. Líder isolado em todas as pesquisas de intenção de voto, a agenda de Kalil ao longo de todo a campanha incluiu basicamente reuniões com entidades de classe. E o prefeito não compareceu ao único debate de televisão da campanha, realizado pela TV Bandeirantes.

Kalil é apontado como possível candidato ao governo de Minas em 2022, o que o obrigaria a deixar o comando da capital. O vice em sua chapa, Fuad Noman, seu ex-secretário de Fazenda, assumiria o governo, caso isso se confirme.

Na propaganda eleitoral em rádio e tevê, o prefeito reeleito foi atacado, sobretudo, em três frentes: reação às chuvas que atingiram a cidade no início do ano, matando 19 pessoas; o fechamento da cidade por causa da pandemia do novo coronavírus, a exemplo das críticas feitas a outros governantes estaduais e municipais; e por não manter diálogo, conforme os adversários, com o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente Jair Bolsonaro.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), Alexandre Vítor de Carvalho, afirmou que essas podem ter sido as eleições mais difíceis de serem organizadas até agora.