Título: Brasil se solidariza com o governo de Evo Morales
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 12/09/2008, Internacional, p. A21

O Brasil garante efetivo apoio ao governo de Evo Morales e à manutenção da ordem constitucional na Bolívia neste momento de crise nos departamentos (Estados) oposicionistas que culminou no rompimento de gasodutos. ­ Não toleraremos uma ruptura do ordenamento constitucional boliviano ­ disse ontem o secretário especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Garcia liderará missão brasileira que viaja para La Paz em data ainda não definida. Os protestos oposicionistas na Bolívia causaram redução no envio de gás natural ao Brasil. Em entrevista no Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia reforçou que a ordem constitucional não pode ser violada na Bolívia. Destacou ainda que uma situação de desestabilização do país poderia "acarretar prejuízos extraordinários à região", devido à posição estratégica do país. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) havia divulgado nota oficial na quarta-feira, em reação à explosão da nova crise na Bolívia. Em sintonia com o que veio dizer um dia depois Marco Aurélio Garcia, a nota citava que "o Governo brasileiro se solidariza com o Governo constitucional da Bolívia e espera que cessem imediatamente as ações dos grupos que lançam mão da violência e da intimidação". Garcia disse que o Grupo de Amigos da Bolívia, o qual engloba Brasil, Argentina e Colômbia, está buscando alternativas que promovam o consenso no país. A saída de missão rumo a La Paz depende do aval do presidente Evo Morales. Segundo o secretário especial, o presidente Lula manteve contato telefônico com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner e com Hugo Chávez, da Venezuela para tratar da crise boliviana. O presidente da República estaria pronto também para discutir o tema com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Questionado sobre a gravidade da crise, Garcia disse esperar que uma solução seja encontrada de forma a evitar uma guerra civil.