Título: Exército da Bolívia rejeita interferência de Chávez
Autor: Raposo, Fred; Duarte, Joana
Fonte: Jornal do Brasil, 13/09/2008, Tema do Dia, p. A2

As Forças Armadas da Bolívia rejeitaram ontem eventuais "intromissões externas de qualquer tipo" em assuntos internos, em resposta ao anúncio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que apoiará "qualquer movimento armado" caso seu colega Evo Morales seja derrubado.

Vários países latino-americanos, além da Igreja Católica, de ativistas dos direitos humanos e de representantes de organizações multilaterais como a OEA, as Nações Unidas e a União Européia (UE) pediram ao governo e oposição uma trégua, apontando o diálogo como solução para aliviar a crise política.

O governador do Estado de Tarija, Mario Cossió, opositor ao governo boliviano, se reuniu ontem com o presidente, Evo Morales para iniciar um diálogo sobre o violento conflito político que assola o país. Tarija é um dos Departamentos que mais produz gás na Bolívia.

¿ Esta é a última oportunidade para que o país se encaminhe para um processo de reconciliação e deixe para trás o risco de confronto ¿ ameaçou Cossió.

A oposição pede a devolução de recursos econômicos e a formação de governos autônomos de cunho liberal nos Departamentos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou-se alarmado com a escalada de violência no país andino, e exortou "a todas as partes envolvidas que atuem com moderação".

Um convite formal ao governador de Tarija, Mario Cossío, para conversar sobre uma reforma constitucional, autonomias e redistribuição de um imposto petrolífero foi anunciado pelo ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, em resposta a uma exigência de diálogo feita pelo líder regional.

¿ Essa oportunidade valiosa para dialogar exige que não exista nenhum condicionamento prévio ¿ disse Quintana em uma carta.