Título: Barril a US$ 70 ainda viabiliza exploração da reserva pré-sal
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Fonte: Jornal do Brasil, 13/09/2008, Economia, p. A18
Cotação do produto cai abaixo de US$ 100 pela 1ª vez desde julho.
A baixa contínua na cotação do petróleo registrada a partir de julho ainda está longe de inviabilizar a exploração das reservas brasileiras recém-confirmadas na plataforma continental, de acordo com o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura. Segundo o especialista, embora não haja valores exatos, estima-se que, tratando-se de recurso não-renovável, a economicidade da exploração é positiva até um patamar de US$ 70 o barril.
Ontem, com a aproximação do furacão Ike da costa do Texas, onde se concentra um quarto da produção e do refino de petróleo nos Estados Unidos, a cotação internacional do produto fechou em alta de 0,31%, chegando a US$ 101,18, mas depois de alcançar a faixa dos US$ 99 durante as transações.
A cotação foi a primeira abaixo dos US$ 100 desde que o preço internacional do barril de petróleo chegou ao valor recorde de US$ 147,27 em 11 de julho deste ano.
De manhã, o preço chegou a US$ 102,89, devido também às ameaças do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de suspender o fornecimento para os Estados Unidos, seu principal comprador.
Mesmo assim, segundo analistas, prevalece a perspectiva de uma queda na demanda nos Estados Unidos, que passam por um momento de desaceleração da economia, o que continuará afetando a procura global pelo petróleo.
A Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) anunciou esta semana um corte de 520 mil barris diários em sua produção, para "eliminar o enorme excesso de produção que poderia levar a uma brutal redução de preços".
Com isso, a exploração do cartel de produtores da commodity voltará aos níveis de setembro de 2007, totalizando 28,88 milhões barris por dia.
A nova cota está ajustada para a inclusão de dois novos integrantes no grupo, Angola e Equador, e exclui a produção da Indonésia, que viu suas reservas quase se exaurirem depois de uma fase de intensa exportação, na época em que a cotação do produto estava abaixo dos US$ 40 o barril.