Título: Crivella diz que Paes agora vai cair
Autor: Vieira, Pedro
Fonte: Jornal do Brasil, 15/09/2008, Eleições Municipais, p. A5

Candidato do PRB atribui sua queda nas pesquisas ao pouco tempo que tem na televisão.

Para driblar o pouco tempo ho- rário eleitoral gratuito na TV, o senador e candidato à prefeitura, Marcelo Crivella (PRB), fez uma maratona pelo Rio de Janeiro, ontem. Primeiro foi à comunidade Parque da Cidade, depois fez uma carreata na Rocinha (Zona Sul). Sem perder o ritmo, o candidato foi para as favelas Tijuquinha, Pai João, Vila da Paz e depois se dirigiu para Santa Cruz (todas na Zona Oeste). Adepto da teoria de que o que ganha voto é aperto de mão, Crivella, no entanto, reconheceu que o tempo de televisão influencia nas pesquisas. ­ O tempo de TV é o meu maior problema nessas pesquisas. Com mais tempo, o candidato ganha mais exposição e tende a crescer nas intenções de voto ­ teorizou o senador, que não acredita que o seu principal adversário, Eduardo Paes (PMDB), cresça mais. ­ Acho que o Paes já estagnou, chegou no ponto máximo e ainda deve cair um pouquinho. Vamos acabar o primeiro turno em primeiro lugar.

Margem de erro

Segundo o Ibope, dia 12 de agosto, o senador tinha 28% das intenções de voto. Quinze dias depois, caiu para 24% e, no último levantamento, aparece com 23%. Porém, o candidato não considera que teve queda nas pesquisas. ­ Crivella não caiu, quem caiu foi Jandira, para oito pontos. Estou na margem de erro, porque algumas pesquisas me dão 24, outros 23, 21. Tudo na margem de erro de quatro pontos ­ afirmou o candidato. Na Tijuquinha, por onde Crivella passava era possível ver uma placa de Eduardo Paes. Encurralado pelo peemedebista, o senador preferiu não ficar na defensiva e, pelo microfone, atacou seu adversário. ­ Atenção pessoal do transporte alternativo, vote em mim porque eu vou regularizar o trabalho de vocês. Se eleito, o Eduardo Paes vai varrer vocês do mapa ­ alertou Crivella.

Na festa

Sem restrições, o senador caminhou pela comunidade e entrava na casa dos moradores das três favelas que visitou. Sem ser convidado, Crivella invadiu uma festa de batizado. O dono da festa, no entanto, disse que o candidato era sempre bem-vindo. Uma senhora de 80 anos, animada com a presença do senador, se comprometeu a votar, mesmo não precisando devido à sua idade. No caminho para Pai João, um gari pediu para Crivella dar mais atenção aos funcionários da Comlurb. O senador acenou e afirmou que faltavam garis na cidade. Por onde passava, o candidato do PRB prometia o Cimento Social para o local e identificou a sujeira como o maior problema. ­ Olha esse valão aqui. Olha como essa comunidade está suja, uma vergonha. A comunidade clama por Cimento Social ­ disse Crivella, que aproveitou a oportunidade para criticar o prefeito carioca. ­ Não tem jeito, tem que mudar esse prefeito. Daqui a pouco vem a dengue.