Título: Renda alta troca de endereço: do Sudeste para o Centro-Oeste
Autor: Lorenzi, Sabrina
Fonte: Jornal do Brasil, 19/09/2008, Tema do Dia, p. A2

Pela primeira vez na história, a média da renda do Centro-Oeste superou a do Sudeste. Embalado pelo aumento do funcionalismo público e pelos ganhos do agronegócio, o rendimento proveniente do trabalho chegou a R$ 1.139. No Sudeste, a renda média foi de R$ 1.098. Entre 2006 e 2007, as maiores taxas de crescimento da renda do trabalho ocorreram nas regiões Centro-Oeste (8,0%) e Norte (5,7%), de acordo com a Pnad. No Nordeste, Sul e Sudeste, as taxas foram de 2,2%, 3,8% e 1,9%, respectivamente. Em 2007, o menor rendimento médio real mensal de trabalho das pessoas ocupadas foi observado no Nordeste (R$ 606,00) e o maior valor no Centro-Oeste (R$ 1.139,00). ­ Este aumento da renda no Centro-Oeste acompanha o aumento da ocupação na região. Podemos considerar o Distrito Federal, com aumentos para o servidor público, e o crescimento do agronegócio ­ analisou coordenadora da Divisão de Trabalho e Rendimento do IBGE, Márcia Quintslr. O total de ocupados cresceu em todas as regiões, mas foi no Centro-Oeste (4,2%) que houve o maior destaque. Foi a única região que apontou aumento no nível de ocupação, de 57,8% em 2006 para 59,1% em 2007. Nas regiões Sul (62,4%) e Sudeste (56,1%), não houve alteração no nível de ocupação de um ano para o outro; enquanto nas regiões Nordeste (55,1%) e Norte (55,5%) a taxa teve quedas estimadas de 0,6 e 1,1 ponto percentual, respectivamente. O nível de ocupação no país não cresceu e houve mais aumento de pessoas em idade de trabalhar do que pessoas trabalhando. Isso costuma ocorrer quando as pessoas têm opção de não trabalhar ou quando a economia vai mal e não emprega muita gente, o que não foi o caso. Apesar do crescimento econômico, a atividade agrícola sofreu redução de 4 % no contingente de pessoas ocupadas, passando de 17,2 milhões de pessoas em 2006 (19,3% do total de ocupados) para 16,6 milhões em 2007 (18,3%). Apenas no Centro-Oeste o grupo teve crescimento de 4,0%. O contingente de ocupados na indústria chegou a 13,8 milhões de pessoas em setembro de 2007, 4,6% acima do observado em 2006. Quase todas as regiões apresentaram crescimento, exceto a Norte. No Brasil, esse grupamento respondia por 15,3% da população ocupada. A construção também apresentou aumento de 4,6% no número de ocupados e correspondia a 6,7% do pessoal ocupado, em 2007, no país. (S. L.)