Título: Mais de 51% das casas possuem rede de esgoto
Autor: Lorenzi, Sabrina
Fonte: Jornal do Brasil, 19/09/2008, Tema do Dia, p. A2

Ensino médio em baixa estimula o trabalho infantil.

BRASÍLIA

Pela primeira vez, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) registrou acesso a rede de esgoto superior a 50% dos domicílios particulares do país. Em 2007, cerca de 1,7 milhão de casas passaram a contar com serviços de coleta de esgoto, totalizando 51,3% da população ­ ou 56,3 milhões de domicílios ­ com acesso ao serviço de saneamento básico. Outros 1,4 milhão começaram a ser atendidos pela rede geral de abastecimento de água, crescimento de 0,1 ponto percentual em relação a 2006. Hoje, 83,3% das casas possuem serviço de água encanada, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento divulgado ontem mostra ainda que 98,2% da população conta com fornecimento de energia elétrica, serviço público com maior alcance do país. Os maiores índices de atendimento estão na região Sudeste, onde apenas 0,2% dos domicílios não estão ligados à rede elétrica. A região Norte continua com a menor cobertura, com 94% das casas ligadas à rede de energia elétrica. A pesquisa ainda traz boas notícias na área de educação, com o crescimento de 2,5% do número de crianças entre 4 e 5 anos matriculadas e freqüentando a escola, na comparação entre 2007 e 2006. A maior elevação aconteceu na região Norte, onde 59,7% das crianças dessas idades freqüentam a escola, com destaque para o Estado do Amazonas, que apresentou o maior crescimento de freqüência escolar nesse grupo: 12,1%, em relação a 2006. Resultados positivos também para o ensino superior. Em 2007, mais de 250 mil estudantes ingressaram em faculdades e cursos universitários no país. O ensino médio, contudo, apresentou queda de 0,6% no número de matrículas.

Trabalho infantil

O resultado negativo do ensino médio deixa clara a influência das estatísticas do trabalho infantil nos resultados verificados pela pesquisa na área da educação. Apesar da leve redução no número de crianças e jovens trabalhadores entre 5 e 17 anos verificada em 2007 ­ menos 0,3 ponto percentual em relação a 2006 ­ a pesquisa do IBGE mostrou que 4,8 milhões de crianças e adolescentes nessa faixa etária trabalham no Brasil. Desse total, 60% estão na atividade agrícola, 65,7% são do sexo masculino, 59,5% são de cor preta ou parda e 71,7% vivem em domicílios sem rendimento ou com rendimento de até um salário-mínimo. Em torno de 1,8 milhão de crianças e adolescentes trabalhadores são do Nordeste, que concentra, em números absolutos, o maior contingente de trabalhadores dessa faixa etária. Entre os jovens trabalhadores inseridos em atividades agrícolas em todo o país, 83,87% não recebiam remuneração.