O globo, n.31893, 01/12/2020. Sociedade, p. 15

 

Pediatras fazem campanha por volta das escolas públicas

Bruno Alfano 

01/12/2020

 

 

Um grupo de 150 pediatras do Rio lança hoje uma campanha cobrando o poder público para preparar e priorizar escolas públicas em planos de retomada às atividades presenciais. Isso significa, segundo eles, priorizar esses espaços em detrimento de outros setores, como comércio, bares e boates.

— Isso está sendo solenemente ignorado pela sociedade brasileira. O MEC não se manifestou, estados e municípios não fizeram obras, e estamos a menos de dois meses de 2021. Há um risco altíssimo de termos outro ano sem escola, o que seria um massacre para a infância —diz Daniel Becker, do departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro e um dos autores da campanha #Lug arde Criançaé na Escola.

A estratégia sugerida pelo grupoéaquet em sido colocada em prática em alguns países europeus que vivem uma segunda onda já estabelecida. Embora a França, o Reino Unido,a Alemanha e a Espanha tenham aprovado medidas muito restritivas em setores da economia, desta vez deixaram as escolas abertas, ao contrário do que aconteceu em março.

— Para poder reabrir as escolas, primeiro tem que fechar lugares que causam aglomerações e são verdadeiros bailes de contaminação — afirma a pneumologista Patricia Canto, que não tem vínculo com a campanha, mas foi coordenadora-geral de uma pesquisa da Fiocruz que determinou parâmetros seguros para a volta às aulas. —E uma série de medidas de segurança devem ser pensadas para o retorno. O que não é possível éter que esperara vacina para que isso ocorra.

Na última semana, o grupo Ciência pela Educação, de pediatrasde São Paulo, já havias e manifestado pela volta às aulas presenciais. Aposiçãoé apoiada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e das Sociedades de Pediatria do Rio e de São Paulo.