O globo, n.31894, 02/12/2020. Economia, p. 26

 

Teles ameaçam ir à Justiça se governo banir Huawei

Manoel Ventura 

02/12/2020

 

 

As principais empresas de telecomunicações do Brasil se preparam para entrar na Justiça pedindo indenização do governo, caso o Palácio do Planalto decida impedira chinesa Huawe ide fornecer tecnologia par ao 5 G. Asem presas são contra qualquer ti pode restrição a fabricantes de equipamentos parar e desde quinta geração de telefonia.

Atualmente, em média, metade da infraestrutura das empresas que operam o 4G e o 3G no Brasil é composta por equipamentos da Huawei. Ac hines aéaprinci pal fornecedora desse segmento no mundo. Parte significativa da tecnologia do 5G será montada em infraestruturas já disponíveis, de acordo com executivos das empresas.

A avaliação das empresas de telefo ni aé que a tecnologia do futuro, ou seja, o 5G, depende do legado da infraestrutura das ferramentas atuais.

Com isso, caso o governo proíba a companhia chinesa de fornecer equipamentos ao Brasil, as empresas terão que desembolsar mais recursos e interromper contratos, além de ter menos fornecedores ao seu alcance para montar a estrutura da nova tecnologia. É com esse argumento que as empresas de telecomunicações querem ir à Justiça, cobrando indenização do governo caso a Huawei seja banida do Brasil.

REVISÃO DE INVESTIMENTOS

Nas últimas semanas, o governo Jair Bolsonaro vem dando sinais de alinhamento com os Estados Unidos na política de banir a chinesa Huawei do 5G.

Mais que uma internet de altíssima velocidade para celulares, a quinta geração de redes móveis de telefonia representará um novo marco para a indústria, para a agricultura de precisão e na criação de tecnologias para cidades inteligentes, segurança pública e internet das coisas.

Os EUA pressionam para que países como o Brasil vetem a Huawei na construção das redes de infraestrutura com o argumento da segurança de informações. A empresa é uma das maiores fornecedoras mundiais de tecnologia para 5G e tem como principais concorrentes a sueca Ericsson e a finlandesa Nokia. O governo do Brasil ainda não tomou decisão sobre o assunto.

O leilão das frequências com as quais o 5G vai operar está previsto para o ano que vem. Para executivos das teles —que vão disputar o leilão —, o banimento da Huawei também pode ter com oc ons e quência o adiamento do leilão para 2022. A avaliação de fontes do setor é que pode haver uma judicialização do tema, além da necessidade de as empresas reverem suas previsões de investimentos.

As teles também já sinalizaram o desejo pela adoção de uma rede aberta no 5G. Nesse modelo, o equipamento de um fornecedor consegue “conversar” coma infraestrutura do concorrente. Masas próprias empresas de telefonia avaliam que a adoção desse padrão é demorado. Para os grandes fabricantes de equipamentos, não é um bom negócio porque, dessa forma, elas não conseguem deixar as operadoras dependentes de suas infraestruturas.

Na semana passada, a Conexis Brasil Digital, que representa as empresas do setor, divulgou nota na qual cobra que as operadoras participem das discussões e pede que elas sejam feitas de forma ampla e a partir de critérios técnicos.