Correio braziliense, n. 21009, 01/12/2020. Política, p. 3

 

Paes pede ajuda contra pandemia

01/12/2020

 

 

O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), quer ajuda do governo federal para enfrentar os problemas e ampliar o combate à covid-19 na capital carioca. Por isso, ontem telefonou para o presidente Jair Bolsonaro. Ele descartou a possibilidade de um novo lockdown no Rio.

Paes comemorou a vitória nas urnas discursando ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que avisou que o "centro virá forte em 2022". Porém, manteve contato com o Palácio do Planalto –– cuja intermediação foi feita pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) –– a fim de garantir a liberação de até 450 mil testes para identificar a presença do novo coronavírus, que virão do estoque de mais de 6 milhões de testes guardados pelo Ministério da Saúde num galpão no aeroporto de Guarulhos (SP).

O prefeito eleito já determinou que o futuro secretário municipal de saúde, o médico sanitarista e pesquisador Daniel Soranz, designado por ele na semana passada, procure o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para garantir a testagem na população, logo no início da nova administração. Há, inclusive, a expectativa de que Paes venha a Brasília, nos próximos dias, para tratar pessoalmente da liberação dos testes. "O presidente Bolsonaro é do Rio, tem um monte de pessoas importantes no governo federal que são do Rio, e o Rio precisa de ajuda nesse momento", argumentou.

Sobre a vacina, Paes deixou de lado a politização e disse que quer "a que a Anvisa autorizar". "Se vai ser china, russa, alemã, japonesa, não importa".

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Campos: nada será dado ao PT

01/12/2020

 

 

Prefeito mais jovem de uma capital, João Campos (PSB) começa a transição na cidade do Recife hoje. A ideia é dar continuidade à gestão socialista, mas imprimir uma marca própria que inclui mais mulheres e nenhuma aliança com o PT na prefeitura da capital pernambucana.

Campos foi eleito ao derrotar a prima Marília Arraes (PT) após uma campanha acirrada, marcada pela polarização e por fake news. E indicou que a esquerda deve continuar rachada em Pernambuco. "Não vai ter nenhuma indicação política do PT nos quatro anos da nossa gestão", cravou o prefeito eleito.

Além da mudança de tom em relação ao PT, que hoje ocupa cargos na prefeitura do Recife e foi aliado do pai de João Campos, o ex-governador Eduardo Campos (morto em um acidente aéreo em 2014), o socialista prometeu entregar metade dos cargos de liderança da sua gestão a mulheres. Ele também disse que vai buscar parcerias com o Congresso e o governo federal.

A ideia de Campos é ter um diferencial do atual prefeito Geraldo Julio (PSB). Afinal, a continuidade da administração do PSB, que já governa a capital e o estado de Pernambuco, foi uma das críticas dos eleitores que votaram em Marília Arraes.

O jovem de 27 anos começou a falar das prioridades da sua gestão logo no café da manhã de ontem. Porém, deixou em aberto a realização do carnaval do Recife de 2021. A festa não está confirmada por conta de pandemia de covid-19 e o prefeito eleito disse que qualquer alteração será dialogada.

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Covas terá de formar uma nova maioria 

01/12/2020

 

 

Após obter o apoio de 16 partidos ao longo da campanha, o prefeito reeleito Bruno Covas (PSDB) deve ter uma base confortável na Câmara de São Paulo, mas terá de negociar maioria pra aprovar projetos no segundo mandato. O que deve mudar a partir de 2021 é a capacidade da oposição em obstruir votações em plenário. Reforçado após ter a bancada triplicada, o PSol, com seis vereadores eleitos, deve se unir aos oito parlamentares do PT.

Mas, se as urnas deram mais poder aos representantes da esquerda na Casa, os partidos aliados formalmente a Covas, incluindo o PSDB, conseguiram eleger 25 dos 55 representantes, número muito próximo do quórum necessário para a aprovação da maioria dos projetos, que é de 28. Assim como os petistas, os tucanos alcançaram oito cadeiras e devem, mais uma vez, influenciar na escolha do próximo presidente.

Com o apoio de Covas e do vice eleito em sua chapa, Ricardo Nunes (MDB) –– além do respaldo do governador João Doria (PSDB) —, o nome da base para o cargo deve ser o de Milton Leite (DEM), segundo vereador mais votado, com 132 mil votos.

Com o apoio de partidos que tiveram candidaturas próprias, mas que estiveram com o prefeito no segundo turno, a tendência é de que Leite seja eleito e Covas possa ampliar ainda mais sua base. Em matérias mais importantes, é preciso ter quórum qualificado, ou 60% dos votos do plenário. Republicanos e PSD terão sete vereadores e podem ser decisivos em projetos desse tipo.

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Avante leva a 1ª capital: Manaus 

01/12/2020

 

 

O Avante conseguiu eleger, pela primeira vez, um prefeito de capital. Davi Almeida comandará de Manaus pelos próximos quatro anos e obteve 51,25% dos votos válidos.

Com 31 anos de história, o partido foi um dos que mais cresceram nessas eleições. Ao todo, foram 82 prefeituras conquistadas. Em 2016, tinham sido somente 12. Além da capital amazonense, o Avante também conquistou São Gonçalo, que é o segundo maior colégio eleitoral do estado do Rio de Janeiro, com a vitória de Capitão Nelson. Em Belo Horizonte, a legenda fez parte da coligação de Alexandre Kalil (PSD), reeleito com 63,36% dos votos no primeiro turno.

Davi Almeida também foi um dos 17 candidatos pelo país que ganhou de virada. No fim do primeiro turno, Amazonino Mendes (Podemos) tinha largado na frente com uma pequena vantagem. Os novos prefeitos de Cuiabá (MT) e Maceió (AL) também tinham ficado em segundo lugar no primeiro turno.

O novo prefeito de Manaus dedicou a vitória à mãe, que morreu na véspera do segundo turno da eleição de covid-19.

O Avante saltou de 12 municípios conquistados em 2016 para 82 prefeitos eleitos em 15 e em 29 de novembro. Nacionalmente, o partido teve um crescimento de 683%. Ao todo, a legenda elegeu, ainda, 93 vice-prefeitos e 1.073 vereadores.

O melhor desempenho obtidos pelo Avante foi em Minas: controlará 50 municípios.