Título: Lula diz que crise é de Bush e Brasil está em segurança
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Fonte: Jornal do Brasil, 20/09/2008, Economia, p. A17
Para presidente dos EUA, intervenção no mercado é necessária e essencial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que a crise financeira dos Estados Unidos, que abala os mercados internacionais, tem de ser explicada pelo presidente norte-americano George Bush. As pessoas vêm me perguntar sobre a crise, eu respondo: vai perguntar pro Bush, a crise é dele não é minha. Eu tenho é que cuidar do meu país para ele não ser atingido disse Lula, em em Mossoró (RN). Lula lembrou também que o Brasil tem mais de US$ 200 bilhões em reservas para se precaver. Imagine se essa crise fosse há 10 anos. Se os Estados Unidos dessem esse espirro que deram com a crise imobiliária, o Brasil já tinha pego uma pneumonia completou. Sobre a inflação dos alimentos, o presidente também demonstrou não estar preocupado. Para o Brasil, a crises de alimentos é uma oportunidade. Contra crise, mais produção afirmou. Lula voltou a bater na tecla que a crise financeira atinge justamente as instituições financeiras que "passaram a vida dando palpites sobre o Brasil" e "fazendo propaganda para investidores sobre se o Brasil era ou não confiável".
Bush justifica medidas
O presidente dos Estados Uni- dos, George W. Bush, disse ontem que uma intervenção do governo é necessária para resolver o problema dos mercados financeiros, que classificou de "momento fundamental" da economia do país. Precisamos agir agora para proteger a saúde de nossa economia disse ele após a divulgação de um plano para solucionar a questão das hipotecas ruins que estão abalando as instituições financeiras. Dado o estado instável dos mercados financeiros hoje e sua importância vital ao dia-a-dia dos norte-americanos, a intervenção do governo não é apenas desejada, mas também essencial.
McCain reprova ação
O candidato republicano à Pre- sidência dos Estados Unidos, John McCain, recomendou ao Federal Reserve que não se envolva com os problemas das empresas e volte a lidar com o suprimento de dinheiro e com a proteção do poder de compra do dólar. O Fed deve voltar à sua principal responsabilidade, que é administrar o estoque e a inflação do nosso dinheiro disse o senador pelo Arizona a um grupo de líderes empresariais em Wisconsin. O Fed precisa se abster dos resgates financeiros. Já o candidato democrata Barack Obama disse que apóia os esforços do Tesouro e do banco central para fortalecer a confiança nos mercados financeiros e que vai adiar o anúncio de seu plano de recuperação econômica. "Os eventos dos últimos dias deixaram claro que devemos realizar novas e ousadas ações para fortalecer a confiança em nossos mercados financeiros e evitar um aprofundamento da crise econômica que poderia ameaçar a poupança e o bem estar de milhões de norte-americanos", disse Obama em um comunicado. Obama elogiou a ação do secretário do Tesouro, Henry Paulson, e de Ben Bernanke, presidente do Fed, o banco central americano, para trabalhar com as lideranças no Congresso em busca de uma solução para a crise que se agrava.