Correio braziliense, n. 21010, 02/12/2020. Brasil, p. 8

 

Cerca de 920 mil vivem com o HIV

Natália Bosco 

02/12/2020

 

 

Aproximadamente 920 mil pessoas vivem, atualmente, com HIV no Brasil. É o que afirma o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, data em que é celebrado o Dia Mundial da Luta Contra a Aids. De acordo com a pasta, do total de pessoas que tem o vírus, 89% foram diagnosticadas com a doença, 77% fazem uso do antirretroviral e 94% em tratamento não transmitem o HIV por via sexual –– a carga viral é indetectável. Até outubro deste ano, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento e, em 2018, o número de pacientes que utilizavam tais medicamentos era de 593.594.

A taxa de detecção de Aids no Brasil está em decréscimo desde 2012. O número passou de 21,9 casos por 100 mil habitantes, naquele ano, para 17,8/100 mil em 2019 — queda de 18,7% no número de registros da doença. A taxa de mortalidade caiu 17,1% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram reconhecidos 12.667 óbitos provocados pela Aids, mas, em 2019, foram 10.565.

O ministério estima, ainda, que em torno de 10 mil casos de Aids foram evitados no Brasil, entre 2015 e 2019. O maior número de registros está entre pessoas de 25 e 39 anos: são 492,8 mil casos, dos quais 52,4% relacionados ao sexo masculino e 48,4%, ao feminino. De janeiro a outubro, o ministério distribuiu 7,3 milhões de testes rápidos de HIV, 332 milhões de preservativos masculinos e 219 milhões de preservativos femininos.

*Estagiária sob supervisão de Fabio Grecchi

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DF apresenta avanço lento 

02/12/2020

 

 

No dia em que teve início a campanha Dezembro Vermelho, de luta contra a Aids, dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, divulgados ontem, mostram que os casos de infecção pelo HIV aumentaram em 2019 em Brasília e região. Foram 752 notificações contra 701 em 2018 e, da doença, foram diagnosticados 294 casos no ano passado –– oito a mais do que em 2018.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela secretaria, os casos de infecção pelo HIV e diagnóstico da Aids cresceram entre a população acima dos 60 anos entre 2014 e 2019. Em ambos os sexos, variou 275%. O levantamento também traz aumento de 25,2% em jovens entre 20 e 29 anos, em 2019.

Entre 2014 e 2019, o Riacho Fundo I foi a região administrativa do DF que apresentou maior aumento nos registros. Eram 17,3 casos de Aids por 100 mil habitantes e, no ano passado, saltou para 30,1 por 100 mil –– aumento de 74%. Sobre o HIV, a infecção atingia, em 2014, 7,4 casos para cada 100 mil habitantes, mas cresceu 524% –– 46,2 para cada 100 mil, em 2019.

O coeficiente de mortalidade por Aids apresentou redução de 30% entre 2014 e 2019, passando de 4,6 para 3,2 óbitos por 100 mil habitantes. Nesse período, a Região de Saúde Norte (Planaltina, Sobradinho, Sobradinho II e Fercal) foi a única que apresentou aumento (81%): 1,7 para 3,1/100 mil óbitos por Aids.