Valor econômico, v. 21, n. 5162, 07/01/2021. Empresas, p. B3

 

União Europeia aprova vacina da Moderna

07/01/2021

 

 

Agora, os 27 países da região têm duas opções para imunizar suas populações
A Comissão Europeia concedeu ontem a aprovação final do uso emergencial da vacina da Moderna contra a Covid-19. Mais cedo, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já havia aprovado o uso. Agora, os 27 países da União Europeia poderão começar a imunizar suas populações com a vacina; a expectativa é de que o processo comece na próxima semana.

“Essa vacina [da Moderna] nos proporciona mais um instrumento para superar a atual situação de emergência”, afirmou Emer Cooke, diretor da EMA, segundo o jornal “Financial Times”. “É um testamento aos esforços e comprometimento de todos os envolvidos, o fato de termos essa segunda recomendação positiva de vacina menos de um ano depois que a pandemia foi declarada pela Organização Mundial da Saúde”, completou o diretor.
A vacina da Moderna é a segunda aprovada no bloco - que adquiriu 80 milhões de doses e tem a opção de comprar mais 80 milhões, levando o total a 160 milhões. O imunizante é aplicado em duas doses, e a população da União Europeia é de cerca de 450 milhões de pessoas.

Mas o bloco também já garantiu 300 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech, primeira aprovada na União Europeia e que também é dada em duas doses. O imunizante começou a ser aplicado na maioria dos países em 27 de dezembro; o último a começar, ontem, foi a Holanda.

Além da União Europeia, a vacina da Moderna já foi aprovada para uso nos Estados Unidos, no Canadá e em Israel. Na segunda-feira, a empresa afirmou que teria condições de produzir, neste ano, 600 milhões de doses de vacinas. O número representa 100 milhões de doses a mais do que a meta anterior, que era de 500 milhões.

O avanço na inoculação da população da União Europeia tem sido lento até agora, o que está intensificando as pressões sobre os governos da região para que eles aumentem o fornecimento de vacinas e eliminem gargalos.

A Moderna usa um novo tipo de tecnologia conhecida como mRNA (RNA mensageiro), liderada em pequenas partículas gordurosas, cuja oferta no momento é pequena. A vacina é o primeiro produto aprovado da companhia americana, que o está vendendo a preços maiores que os praticados pelos seus concorrentes.

Nos Estados Unidos, a demanda continua superando a oferta. Moncef Slaoui, assessor-chefe da Operação Warp Speed (termo usado na ficção científica que significa ultrapassar a velocidade da luz), disse que os cientistas estão considerando reduzir as doses à metade para proporcionar mais rapidamente uma proteção a um número maior de pessoas. Mas a decisão não é esperada para breve.
O preço acertado com a União Europeia é de cerca de € 20 a dose, segundo fontes a par do assunto ouvidas pelo “Financial Times”, maior que outros valores acertados em pedidos antecipados negociados pelo bloco.

O “Financial Times” informou no fim de semana que a Moderna está entre as farmacêuticas que se esforçam para garantir uma cadeia de fornecimento para a vacina, especialmente para as moléculas usadas para liberar o ingrediente ativo da vacina, conhecidas como nanopartículas lipídicas.