Valor econômico, v. 21, n. 5163, 08/01/2021. Política, p. A8

 

“Teremos um 2º turno muito diferente à Presidência em 2022”, diz Cesar Maia

Cristian Klein

08/01/2021

 

 

Para ex-prefeito do Rio, disputa ao Planalto será das mais abertas desde 1989, sem favoritos para as duas vagas na etapa final
“Ninguém é carta fora do baralho” para a próxima corrida presidencial - nem o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro - e a eleição em 2022 tem o potencial de ser a mais disputada desde 1989, com as duas vagas no segundo turno em aberto, afirma o vereador e ex-prefeito do Rio por três mandatos Cesar Maia (DEM). O cenário, prevê, será bem distinto do padrão de competição que opôs petistas e tucanos por duas décadas e que desmoronou parcialmente em 2018, mas apontava ao menos duas forças políticas claras. A tendência agora é de incerteza. “Teremos um segundo turno muito diferente de 2018. Diferente porque não haverá favorito. Em 2018 os dois concorrentes no segundo turno estavam pré-definidos”, lembra, em referência a Jair Bolsonaro, então candidato pelo PSL, e Fernando Haddad (PT).

Pai do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), Cesar defende, em entrevista, a união do que classifica de “forças democráticas” para uma aliança que pode até se fragmentar no primeiro turno, mas não na segunda etapa. “O fundamental é não termos uma fragmentação no segundo turno e o poder aglutinador prevalecer”, afirma. Cesar Maia sinaliza que nesse grupo há espaço para eventual adesão à candidatura de centro-esquerda de Ciro Gomes (PDT), algo que foi rechaçado em recente entrevista ao Valor pelo correligionário Eduardo Paes. O prefeito do Rio disse que o PDT demonstrou, regionalmente, nos últimos anos, não querer praticar uma política de alianças ao lançar candidatos contra ele e, por isso, Ciro não mereceria receber apoio. “Não se pode confundir eleições nacionais com municipais. É outro panorama”, diverge o ex-prefeito.