Título: Mais casais sem filhos e grande desigualdade
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 25/09/2008, Economia, p. A14
Os casais sem filhos em que ambos os cônjuges trabalham figuram cada vez mais no retrato da família brasileira, segundo o trabalho do IBGE. Em 2007, esse novo modelo de família passou a representar 3,4% do total de domicílios, o equivalente a 1,94 milhão de casais, contra menos de 1 milhão em 1997. Pela pesquisa, em 2007 nas uniões familiares 48,9% eram do tipo casal com filhos, contra 56,6% em 1997, devido, principalmente, à queda da fecundidade. No mesmo período, a proporção dos arranjos constituídos por casal sem filhos cresceu de 12,9% para 16,0%.
Segundo Ana Lúcia Saboia, gerente de Indicadores Sociais do IBGE, o resultado pode significar a escolha de não ter filhos, mas há também a influência do retardamento da maternidade para a busca profissional. Em 58,7% desses casais, a pessoa de referência (considerada chefe de família, não só por questões econômicas) tinha até 34 anos, o que pode, segundo o IBGE, refletir o adiamento da decisão de ter filhos.
Solidão
O crescimento da proporção de pessoas que viviam sozinhas (8,3% para 11,1%) é uma tendência verificada desde 1997, fruto da redução das taxas de mortalidade e do aumento da esperança de vida, especialmente para as mulheres. Em 2007, entre cerca de 6,7 milhões das chamadas "famílias unipessoais", 40,8% eram formadas por pessoas de 60 anos ou mais
Saneamento
No estudo, constata-se que ain- da há grande desigualdade entre os domicílios das famílias com crianças e rendimento familiar abaixo de meio salário mínimo per capita: 38,4% estão em condições adequadas, contra 70,3% no grupo de cinco salários mínimos per capita