Título: Compensações em pauta
Autor: Rafael Rosas
Fonte: Jornal do Brasil, 28/02/2005, Economia & Negócios, p. A17
Desde meados do ano passado, especialistas do setor externo afirmam que os preços das commodities mais exportadas pelo país já passaram pelo período de maior valorização, que teria durado até meados do ano passado. Agora, as análises mostram que os preços internacionais tem sofrido compensações: enquanto um produto perde valor, outro obtém reajuste expressivo.
A soja, um dos principais produtos do agronegócio brasileiro, já viu o ciclo de alta chegar ao fim, mas houve uma forte compensação com o reajuste obtido pela Vale do Rio Doce no preço do minério de ferro vendido a coreanos e japoneses, de 71,5%.
- Esse reajuste foi um caso específico, mas terá impacto positivo na balança - diz Frederico Estrela, da Tendências.
Outras commodities também prometem resultados melhores para a balança, mesmo com preços em queda. Com o lucro reduzido pela concorrência do arroz vindo da Argentina e do Uruguai, os plantadores do Rio Grande do Sul, principais produtores do país, decidiram destinar 500 mil toneladas à exportação.
O país produz 12 milhões de toneladas mas, no ano passado, exportou apenas 45 mil, quando o preço era de US$ 220 a tonelada. Agora, o preço está em US$ 175 a tonelada.
- Venderemos caso a cotação chegue a US$ 200, o mínimo para cobrir custos - afirma Valter Pötter, presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul.
Rafael Rosas