Valor econômico, v. 21, n. 5166, 13/01/2021. Política, p. A8

 

Maia garante voto presencial em eleição da Mesa Diretora

Marcelo Ribeiro

Fabio Murakawa

13/01/2021

 

 

Candidato à sucessão de Maia, Arthur Lira criticou presidente da Câmara
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados adiou para a próxima semana a decisão da data e formato das eleições da presidência da Casa. No encontro, os parlamentares também avaliarão se as assinaturas de parlamentares do PSL que estão suspensos pela Executiva Nacional terão validade. A direção da Casa volta a se reunir no dia 18, segunda-feira, às 10 horas.

Integrante da Mesa Diretora, o deputado Mário Heringer (PDT-MG) foi designado para produzir parecer que responderá consulta do PP sobre as regras da eleição.
O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse ontem após reunião da Mesa em Brasília que “muitas polêmicas que estão sendo colocadas não existem”.

“Acredito que relator deve consultar médicos e especialistas para avaliar como estará a pandemia e para decidir se pode haver ou não uma excepcionalidade para aqueles deputados que estão no grupo de risco, já que até fevereiro não teremos a vacina”, disse Maia a jornalistas. “Claro que a votação será presencial. Já estamos organizando as urnas para que elas fiquem no Salão Nobre e no Salão Verde para que o espaçamento seja garantido. Na reunião de segunda vamos discutir se cabe algum corte com relação aqueles que são do grupo de risco, que poderiam ou não, dependendo da decisão da Mesa, votar remotamente.”
Sobre data da eleição, Maia lembrou que toda a eleição no meio do mandato aconteceu no dia 2 de fevereiro. O primeiro dia, segundo ele, sempre foi destinado a formalização dos blocos dos candidatos. Ele disse que prefere uma votação fechada, mas vai propor um debate sobre a possibilidade de haver votação aberta.

“Se todos os candidatos quiserem, o voto pode ser aberto. Estavam questionando que eu queria fazer votação remota para beneficiar a candidatura que eu apoio. Quem sabe a gente não possa fazer votação aberta? Pode ser um debate. Não defendo, acho que o voto tem que ser fechado”, disse Maia.

O parlamentar afirmou ainda que a presidência da Câmara rejeitou parecer do procurador parlamentar Luís Tibet (Avante-MG), que sustentava que assinaturas de bolsonaristas do PSL que foram suspensos pela legenda teriam validade em documento que pedia que a sigla deixasse o bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) e passa a integrar grupo de Arthur Lira (PP-AL).

“O parecer da procuradoria foi considerado inadmitido pela presidência da Câmara. Só cabe ao procurador atribuição dessas assistindo ao presidente da Casa, que não fez esse pleito”, disse Maia.

Heringer ficou responsável por produzir relatório sobre validade das assinaturas de deputados do PSL suspensos pela Executiva.

Candidato à presidência da Câmara, Arthur Lira fez ontem críticas ao estilo de liderança de Maia, que apoia, na sucessão, Baleia Rossi. “Muita coisa vai depender do novo presidente da Câmara, mas principalmente deixar de ter um protagonismo exagerado para dar esse protagonismo à Casa como um todo”, disse Lira. “Nosso compromisso é fazer uma Câmara que seja o presidente menor que a instituição e a instituição maior do que todos nós.” Arthur Lira fez as declarações em reunião com o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão Júnior (Republicanos), em São Luís (MA).

“Nós temos um igual, que por um período transitório comanda aquela Casa no sentido de balizar as discussões, harmonizar o plenário, dar vez e voz a todos os deputados e não ter nenhum preconceito de nenhum tema, contanto que tenha maioria na Casa e esteja amadurecido na sociedade”, disse Lira.
Arthur Lira é o candidato do presidente da República, Jair Bolsonaro. Bolsonaro ontem cobrou da bancada ruralista apoio a Lira. O atual presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Alceu Moreira (MDB-RS), e o próximo presidente da FPA, Sérgio Souza (MDB-PR), declararem endosso ao nome de Baleia Rossi.Integrantes da bancada ruralista, entretanto, como o deputado Neri Geller (Progressistas-MT), estão do lado de Lira e afirmam que o apoio ao alagoano é majoritário dentro do grupo.