O Estado de São Paulo, n.46342, 03/09/2020. Economia, p.B6

 

BC lança R$ 90 bi em notas de R$ 200

Fabrício de Castro

Eduardo Rodrigues

03/09/2020

 

 

Campos Neto, presidente da instituição, diz que lançamento é uma resposta ao aumento da demanda por dinheiro causado pela pandemia

O Banco Central lançou ontem a nova nota de R$ 200, que tem a imagem do lobo-guará. Serão impressas neste ano 450 milhões de unidades da nota, o que representará um montante de R$ 90 bilhões. As cores predominantes são cinza e sépia.

Escolhido para estampar as novas cédulas de R$ 200, o lobo-guará ficou em terceiro lugar em pesquisa feita pelo BC em 2001 para definir os animais com ameaça de extinção que poderiam fazer parte de cédulas. A tartaruga marinha ficou em primeiro lugar e passou a estampar a nota de R$ 2, lançada em 2001. O mico-leão-dourado ficou em segundo lugar na votação e foi impresso na cédula de R$ 20 em 2002.

A diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, explicou que a nova cédula de R$ 200 tem o mesmo tamanho da cédula de R$ 20 (142 mm x 65 mm). Até então, todas as cédula da 2.ª família do real tinham tamanhos crescentes conforme o valor nominal. "Não havia tempo hábil para a adaptação do parque fabril da Casa da Moeda para fabricar uma cédula maior que a de R$ 100. Por ser uma alta denominação de valor, escolhemos uma série de elementos de segurança robustos, incluindo o número que muda de cor, que já é usado na cédula de R$ 20."

Entre os elementos de segurança, também há a marca d'água com a imagem do loboguará e do valor da nota, quando posicionada contra a luz. A exemplo de outras cédulas, há ainda um quebra-cabeça que pode ser visto através da nota, textura em alto relevo e o chamado fio de segurança.

Demanda. De acordo com o BC, a impressão das notas de R$ 200 busca atender a uma maior demanda por papel moeda, surgida entre a população durante a pandemia de coronavírus. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o lançamento da cédula é uma resposta do BC às mudanças causadas pela covid19. "Um dos desafios foi o aumento expressivo da demanda das famílias por dinheiro desde o começo da pandemia. Outras nações viveram fenômenos semelhantes. Em momentos de incerteza é natural a busca de uma reserva em dinheiro. Os programas de transferência de renda também contribuem por essa maior demanda", afirmou. Segundo Campos Neto, o retorno de cédulas às agencias bancárias também ficou menor durante a pandemia.