Valor econômico, v. 21, n. 5170, 19/01/2021. Brasil, p. A3

 

Linha de frente da saúde é alvo de Estados

Anaïs Fernandes

Hugo Passarelli

Alessandra Saraiva

Gabriel Vasconcelos

Cibelle Bouças

Marina Falcão

19/01/2021

 

 

Grupo é prioridade para vacinação com as primeiras doses do imunizante
O primeiro lote distribuído ontem de vacinas contra covid-19 é insuficiente para atender a totalidade dos grupos prioritários estabelecidos no Programa Nacional de Imunização (profissionais de saúde, idosos e indígenas) e cada Estado vai adotar uma estratégia diferente para distribuir as doses iniciais, mas o foco estará principalmente nos trabalhadores da área médica da linha de frente de combate à doença.

Em São Paulo, o 1,5 milhão de doses disponíveis para o início da campanha de vacinação deverão ser priorizadas para profissionais de saúde, bem como indígenas, cuja população estimada é de 15 mil pessoas. A expansão da campanha para demais públicos será feita com base em dados técnicos e será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão federal.
Não é muito diferente do que prevê o Estado do Rio. O governador em exercício Claudio Castro (PSC) informou que o estágio inicial atingirá cerca de 300 mil moradores e serão vacinados trabalhadores de saúde e idosos acima de 85 anos. Segundo o secretário de Saúde da capital, Daniel Soranz, a 34% do total de trabalhadores da área de saúde na cidade cidade devem ser vacinados nos próximos dias.

“Mas eu tenho um recado para todos os cariocas: o início da vacinação não é o fim da pandemia, é uma luz no fim do túnel. Continuaremos com as medidas [de restrição social]” afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Com 577,5 mil doses iniciais, o governo mineiro prevê 280 mil pessoas vacinadas até o fim da semana. Ele citou como prioridades os profissionais de saúde da linha de frente contra a covid-19, pessoas com mais de 60 anos ou que vivem em instituições de longa permanência para idosos, população indígena e pessoas institucionalizadas e com deficiência.
Em Belo Horizonte, a vacinação vai começar com os profissionais de saúde que atuam em UTIs, nas enfermarias de covid-19 e nos atendimentos de urgência da rede pública e privada, informou a prefeitura. A lista inclui ainda profissionais que atuam no CTI geral, profissionais do pronto-atendimento dos hospitais, profissionais das UPAs e do Samu.

No Rio Grande do Sul, o público-alvo da primeira fase soma, segundo o governo do Estado, 162,8 mil pessoas. Porém, a Secretaria de Saúde local reconhece que, devido ao número inicial de doses, “não será possível vacinar todos ao mesmo tempo”. Por isso, no caso dos trabalhadores da saúde, 34% (ou 138,5 mil pessoas) receberão a vacina neste primeiro momento.

“Conforme mais doses sejam recebidas, os demais integrantes da área da saúde serão gradativamente incluídos. No total, o público de trabalhadores do setor da saúde estimado é de 400 mil pessoas”, afirma a secretaria. Os demais grupos prioritários (pessoas com mais de 60 anos em instituições, deficientes institucionalizados e comunidade indígena) serão totalmente contemplados agora.

Pernambuco vai na mesma linha. O governo estadual estima que seria necessário 1,26 milhão de doses da Coronavac para atender o grupo prioritário previsto no plano nacional. Com déficit de quase 1 milhão de doses, haverá um pacto com os municípios para escolha dos grupos prioritários, que receberão as primeiras doses.

“Essas vacinas vão atender, no primeiro momento, parte dos trabalhadores de saúde, algo em torno de 30%. Serão priorizados os que estão na linha de frente, atendendo à covid-19”, disse o secretário de Saúde, André Longo.
No Espírito Santo, por sua vez, a Coronavac, as vacinas serão dadas em duas doses para 48.246 pessoas de grupos prioritários. Entram nessa conta 42.273 profissionais da saúde, 2.793 indígenas, 2.970 idosos e 210 pessoas com doenças e que vivem internadas. “Depois desses grupos virão as pessoas de mais idade. As pessoas mais jovens ficarão mais adiante”, disse o governador Renato Casagrande.

A Secretaria de Saúde do Amazonas disse que o plano de imunização no Estado segue as diretrizes do Ministério da Saúde. No momento, a prioridade é executar a operação logística para que os municípios do interior comecem a aplicação.