Valor econômico, v. 21, n. 5170, 19/01/2021. Política, p. A8

 

Reprovação a Bolsonaro sobe a 40%

André Guilherme Vieira

19/01/2021

 

 

Levantamento contou com mil entrevistas com abrangência nacional e foi realizado de 11 a 14 de janeiro
O percentual de quem avalia o governo Jair Bolsonaro como ruim ou péssimo subiu de 35% em dezembro do ano passado, para 40% em janeiro deste ano, segundo pesquisa XP/Ipespe divulgada ontem. O percentual registrado em janeiro é similar ao do início da pandemia do coronavírus, de abril de 2020.

Já o percentual dos que veem a gestão Bolsonaro como ótima ou boa caiu de 38% para 32%. É a primeira vez, desde maio de 2020, em que há aumento no percentual dos críticos ao governo e redução no de apoiadores. Trata-se também da primeira vez, desde julho do ano passado, em que a avaliação negativa supera a positiva.
De acordo com o levantamento, o movimento coincide com uma piora na percepção da atuação de Bolsonaro para enfrentar a crise sanitária provocada pela covid-19. São 52% os que consideram a gestão ruim ou péssima, registrando 4 pontos a mais do que em dezembro.

A rodada de janeiro da pesquisa mostrou que Bolsonaro continua liderando as intenções de voto para a eleição presidencial de 2022. Ele oscilou um ponto para baixo e atingiu 28% das intenções de voto, ficando à frente do ex-ministro da Justiça e ex-juiz federal Sergio Moro (12%), de Ciro Gomes (11%) e de Fernando Haddad (11%). Em seguida aparecem Luciano Huck (7%), Guilherme Boulos (5%), João Doria (4%), João Amoêdo (3%) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (3%).

A avaliação dos governadores oscilou um ponto percentual para baixo em janeiro, tanto no ótimo e bom (35%) quanto no ruim e péssimo (25%). Houve uma melhora gradual e contínua dos governadores da região sudeste, cuja aprovação passou de 23% em agosto para 32% agora.

Os entrevistados foram indagados ainda sobre a disposição de se vacinar: 69% disseram que tomarão a vacina com certeza. Entretanto, entre os eleitores declarados de Bolsonaro em 2018, 58% afirmaram que irão se vacinar com certeza, enquanto 78% dos eleitores que não votaram no atual presidente declararam tal intenção - uma diferença de 20 pontos percentuais.
Ainda sobre o tema pandemia, manteve-se em trajetória de alta desde outubro os que disseram estar com muito medo do coronavírus, representando 42% em janeiro ante os 28% registrados há três meses. Hoje, 56% acreditam que o pior ainda está por vir, contra 36% que acreditam que o pior já passou. Cresceu também o percentual dos que afirmaram ter intensificado o isolamento social, saindo menos de casa do que nas últimas duas semanas. São 27% nesta condição, ante os 21% da pesquisa realizada em dezembro.

Foram realizadas mil entrevistas com abrangência nacional, no período de 11 de janeiro a 14 de janeiro. A margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.