Valor econômico, v. 21, n. 5171, 20/01/2021. Brasil, p. A7

 

Sem insumos, Fiocruz adia para março previsão de entrega de vacinas

20/01/2021

 

 

Média de mortes e de casos de covid-19 continua em alta no país
A Fiocruz prevê que só deve entregar no início de março as primeiras doses da vacina de Oxford/ AstraZeneca produzidas no Brasil, já que a chegada de insumos da China atrasou. A promessa anterior, feita no final de dezembro, era concluir o primeiro lote da vacina por volta de 8 de fevereiro.

O novo cronograma consta em um ofício da fundação encaminhado ontem ao Ministério Público Federal (MPF), que desde dezembro acompanha as estratégias de vacinação.
O documento, assinado pelo diretor do Instituto Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma Medeiros, foi uma resposta a um ofício do órgão que questionava sobre as datas de entrega das 2 milhões de doses prontas, que serão trazidas da Índia, e da outra parcela que será processada no Brasil pela Fiocruz.

A previsão da fundação é que o IFA (ingrediente farmacêutico ativo), material necessário para fazer a vacina, chegue no próximo sábado, mas ainda é necessária confirmação. A importação, que inicialmente estava prevista para dezembro, depende da liberação do país asiático.

A Fiocruz diz que ainda será preciso mais de um mês para o fornecimento das vacinas, já que, depois de produzidas com o IFA, as doses ainda terão que passar por testes de qualidade. Estima-se que os testes levem 17 dias, somados a mais 2 dias de análise pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde). Isso se o insumo chegar no dia previsto e o produto tiver resultados satisfatórios no controle de qualidade. Caso contrário, o prazo pode aumentar.
Ocorreram mais 1.183 mortes por covid-19 no país ontem, até 20h, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa. Subiu para 211.511 o total de mortos pela doença no Brasil. A média na semana móvel encerrada ontem foi de 969 mortes por dia, alta de 33% sobre a semana móvel anterior.

Confirmados mais 63.504 contágios, subiu para 8.575.742 os casos da doença no país. A média móvel foi 54.321 novos diagnósticos por dia, alta de 49% sobre o período anterior.

O consórcio de veículos de imprensa é formado pelos jornais “O Globo”, “Extra”, “Folha de S.Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, bem como os portais UOL e G1.

Os dados são apurados junto às secretarias de saúde dos Estados e do Distrito Federal. Diariamente o consórcio divulga três boletins, às 8h, 13h e 20h.