Título: Sobram 4.939 bolsas do ProUni
Autor: Karla Correia
Fonte: Jornal do Brasil, 26/01/2005, País, p. A4
BRASÍLIA - O Ministério da Educação não conseguiu preencher todas as vagas do Programa Universidade para Todos (ProUni), destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e parciais para alunos de graduação. Após três tentativas, 4.939 bolsas ficaram em aberto. Ontem, durante divulgação do balanço do programa, o governo descartou a realização de uma nova rodada de inscrições. O ministro da Educação, Tarso Genro, informou que o governo firmará convênios com as instituições que detêm as bolsas restantes para preencher essas vagas. Outra modificação no programa, em estudo pelo ministério, é a criação de uma Bolsa Manutenção, no valor de um salário mínimo, para os alunos beneficiados que estejam nas faixas mais baixas de renda familiar. O objetivo é diminuir o número de desistências observadas entre os participantes do ProUni.
De acordo com o secretário-executivo do MEC, Fernando Haddad, a prioridade é atender os estudantes de turno integral nas faculdades, cerca de 4 mil beneficiados pelo programa. O desembolso para atender esse universo seria da ordem de R$ 15 milhões anuais, estimou o secretário. Segundo ele, o governo pretende lançar a bolsa antes do início do período letivo deste ano. Uma possibilidade avaliada pelo governo é o financiamento desse auxílio com extrações da loteria federal.
Nos cálculos do MEC, cerca de 50% das bolsas que sobraram na última rodada de inscrições do ProUni, o equivalente a 2,8 mil vagas, estão distribuídas em 20 cidades, seis das quais são capitais. O governo abrirá convênios com as prefeituras desses municípios para ocupar essas vagas, dando prioridade a professores da rede pública de ensino básico. A justificativa é que 50% das bolsas que sobraram são para cursos de licenciatura e normal superior.
- Dessa forma, o ProUni terá reflexo direto na qualidade do ensino básico - explicou Haddad. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não será utilizado como critério de seleção para essas vagas.
Nos demais municípios onde se verificou sobra de vagas, o MEC deverá acertar o preenchimento das bolsas remanescentes com as próprias instituições, segundo os critérios de baixa renda estabelecidos para a seleção de candidatos no programa.
Cerca de 75% das bolsas remanescentes são parciais, mas o ministro Tarso Genro negou que essa sobra seja decorrência de desinteresse dos candidatos por essas bolsas, como foi verificado em etapas anteriores. Segundo ele, as regiões de maior demanda por determinados cursos não coincidiram com os municípios que ofertaram as vagas correspondentes.
- Havia vagas, mas longe dos domicílios de quem se mostrava interessado - afirmou o ministro.