Correio braziliense, n. 21021, 13/12/2020. Política, p. 5
"Liberdade vale mais do que a vida"
13/12/2020
Crítico à obrigatoriedade da vacina contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a liberdade individual ontem. Ele afirmou que a liberdade vale mais do que a própria vida e pediu que a população não se deixe dominar pelo pânico.
"Não deixe que o pânico nos domine. Nossa liberdade não tem preço, ela vale mais do que a nossa própria vida", declarou Bolsonaro, durante a cerimônia de formação da turma de 2020 da Escola Naval do Rio de Janeiro. O presidente ainda afirmou que "a história mostra: quando o estado avança sobre interesses e liberdades individuais, dificilmente ele recua".
O presidente participou do evento militar pouco antes de o governo enviar o plano nacional de imunização contra a covid-19 para o Supremo Tribunal Federal (leia mais na página 7), mas não fez menções à pandemia de covid-19 no discurso. Ele aproveitou o "momento oportuno" para citar o Provérbio 24:10: "Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena". Também disse aos novos guarda-marinhos que "conquistar objetivos depende de força, de vontade, fé e determinação" e defendeu "valores como civismo, lealdade e patriotismo, além da disciplina e da hierarquia".
Bolsonaro foi à Escola Naval do Rio de Janeiro acompanhado de ministros militares, como Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Fernando Azevedo (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Logo depois da cerimônia, voltou a Brasília.
O presidente tem travado uma briga política em torno da vacina contra a covid-19 nas últimas semanas. Ele é contra a obrigatoriedade do imunizante, defendida pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). E também já disse que o povo brasileiro não seria "cobaia" da vacina produzida pela chinesa Sinovac, a CoronaVac, que será usada pelo governo paulista e acabou entrando no plano de imunização do governo federal.