Título: O tempo dirá se entrei para História
Autor: Thurler, Fernanda; Victal, Renata
Fonte: Jornal do Brasil, 07/10/2008, Eleições Municpais, p. A6

Apontado como grande perdedor da eleição, já que sua candidata, Solange Amaral, acabou em sexto lugar ao término da apuração, o prefeito Cesar Maia não se dá por vencido. Em entrevista exclusiva ao Jornal do Brasil, por e-mail, naturalmente, o ainda prefeito deu a entender que o DEM deve fechar com Fernando Gabeira (informação que mais tarde foi confirmada por seu filho, Rodrigo Maia), e que, se ainda não entrou para a História do Rio de Janeiro, ao menos se consolidará como o prefeito que mais tempo administrou a capital do Estado. A seguir, a entrevista do prefeito Cesar Maia.

O senhor pretende apoiar Fernando Gabeira, candidato da coligação entre PV e PSDB, tradicional aliado do DEM?

O DEM se reuniu para decidir o assunto (no início da noite, o apoio foi confirmado).

Falando ideologicamente, não é um contra-senso os partidos de esquerda, que formam a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiarem Eduardo Paes, contra Fernando Gabeira, que já foi do próprio Partido dos Trabalhadores?

Alessandro Molon, que é deputado estadual do PT e um dos maiores críticos da atuação do PMDB na Alerj, é quem deve responder sobre isso.

Qual dos dois candidatos que vão ao segundo turno será o melhor prefeito para o Rio de Janeiro?

O DEM escolheu com esse critério (afirmação foi feita antes do anúncio oficial do apoio a Fernando Gabeira).

O senhor acredita que já entrou para a História da cidade? Por que?

O tempo dirá. De qualquer forma, fui o prefeito que mais tempo governou o Rio de Janeiro, incluindo os números de governador que foi prefeito.

Quais os principais obstáculos que o candidato Fernando Gabeira enfrentará caso seja escolhido para administrar a cidade no dia 26 de outubro?

Terá que dedicar muito tempo à administração.

O senhor acha que ele terá chances contra o candidato Eduardo Paes, que tem apoio das máquinas federal e estadual?

Eu não tenho nenhum problema... fora as coreografias dos políticos na imprensa.