Título: Lobão defende diplomacia com Equador
Autor: Leandro, Eloisa; Lorenzi, Sabrina
Fonte: Jornal do Brasil, 07/10/2008, Economia, p. A20

BRASÍLIA

O ministro e Minas e Energia, Edison Lobão, saiu em defesa dos interesses da Petrobras no Equador, ao avaliar declarações do presidente andino, Rafael Correa, no fim de semana, segundo as quais a permanência da empresa brasileira naquele país corre riscos caso não colabore com a revisão das regras locais sobre remuneração de petróleo. Correa pretende retirar dos atuais contratos de concessão o caráter de propriedade assegurado às empresas que lá atuam e remunerá-las apenas pelos serviços relativos às atividades de exploração.

¿ Não acredito que haja prejuízo à Petrobras ¿ avaliou o ministro, ao defender o encaminhamento diplomático da discussão entre os dois países, como já ocorreu recentemente no conflito entre aquele governo e a empreiteira baiana Odebrecht.

¿ A Petrobras está tendo assistência plena do Itamaraty ¿ relatou Lobão.

A Odebrecht foi acusada pelo governo do Equador de criar prejuízos ao país por falhas na construção de uma hidrelétrica. A intervenção diplomática brasileira abriu processo de negociação de um acordo para corrigir o problema na usina.

Lobão também assegurou que não faltarão linhas crédito para financiar as atividades do setor elétrico, já que isso poderá colocar em risco o fornecimento de energia ao mercado. Essa hipótese foi descartada pelo ministro, por implicar no comprometimento do aumento das atividades econômicas.

O temor do mercado é que a crise financeira internacional dificulte o acesso ao crédito para investimento em grandes projetos, especialmente de capital intensivo e bens de capital, normalmente voltados à implantação e expansão da infra-estrutura.

O ministro anunciou a abertura, ontem, em Brasília, de um encontro internacional sobre a pequena atividade mineradora, para discussão de ações que assegurem princípios de sustentabilidade e de conservação ambiental semelhantes aos já adotados pelas grandes empresas do setor. O evento reúne cerca de 150 países. Lobão ressaltou a importância desse segmento, ao lembrar que atividades como extração de areia e de cascalho representam cerca de 70% da mineração brasileira.

¿ Esse segmento é relegado a segundo plano, mas, manejado de forma errada, pode aumentar a pobreza e o impacto no meio ambiente ¿ disse o ministro, ao defender definição de padrões adequados de exploração das pequenas atividades mineradoras.