Correio braziliense, n. 21032, 24/12/2020. Brasil, p. 5

 

Distanciamento cada vez menor

Vera Batista 

Bruna Pauxis 

24/12/2020

 

 

O índice de infecção aumenta, assim como o número de mortes no Brasil e no mundo. No entanto, o distanciamento social é cada vez menor no país. A quantidade de pessoas que não tomaram nenhuma medida de restrição para evitar o contágio pelo novo coronavírus cresceu 492 mil, de outubro para novembro, chegando a 10,2 milhões, o que equivale a 4,8% da população. Já o grupo que ficou rigorosamente isolado reduziu para 23,5 milhões de cidadãos, menos 2,8 milhões na comparação com o mês anterior, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Covid-19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maior parte da população (97,9 milhões) afirmou ter reduzido o contato, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas, 9,7 milhões a mais na comparação com outubro. Já quem ficou em casa e só saiu em caso de necessidade somou 79,3 milhões (menos 1,4 milhão que em outubro). O IBGE aponta, ainda, que o número de pessoas com algum sintoma de síndromes gripais, que vinha caindo desde junho, teve leve aumento, de 7,8 milhões em outubro, para 8 milhões em novembro (3,8% da população). O indicador mostra, ainda, que 988 mil (ou 0,5%) tiveram sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à covid-19. Em outubro, eram 855 mil pessoas (0,4%).

Na análise da médica Eliana Bicudo, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a banalização das medidas de isolamento poderá fazer com que janeiro e fevereiro de 2021 sejam meses dramáticos. "Já estamos vendo alta nas mortes e contaminações, redução do número de leitos de UTI e piora nos indicadores. Além disso, os profissionais de saúde que estão na linha de frente estão cansados. Temos que ter cuidado. Não faz sentido pensarmos que o vírus vai dar um tempo no Natal. Os riscos estão cada dia maiores. Se houver aglomerações, a previsão é de que os leitos fiquem lotados em janeiro e fevereiro", alerta a infectologista, que atua no Hospital Home, em Brasília.

Apenas emergências
Bianca Ramaiane, estudante de 20 anos, não abre mão dos cuidados. "Na quarentena, não saímos para basicamente nada, apenas emergências e para fazer compras", revela. A decisão de tomar medidas tão severas é que, onde ela mora, há um paciente de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). "Aqui, tem uma grande circulação de profissionais da saúde. Vêm as enfermeiras, os médicos, fisioterapeutas. Todos eles têm sempre os cuidados necessários para evitar a contaminação". Bianca conta que, em relação ao início da pandemia, as medidas de isolamento adotadas em sua casa não diminuíram tanto. "Começamos a receber e ver outras pessoas, mas apenas aqueles que confiamos que também respeitam a quarentena e não recebem outras pessoas. Essa foi a aliviada que a gente deu".

 

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Copacabana "fechada" no Réveillon 

24/12/2020

 

 

A prefeitura do Rio decidiu “fechar” Copacabana somente para moradores na noite de Réveillon. O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), propôs a restrição ao prefeito em exercício, Jorge Felippe (DEM), que acatou o pedido para evitar aglomerações em meio à pandemia. A partir das 20h do dia 31, portanto, somente moradores poderão ter acesso ao bairro. A festa de Réveillon da praia de Copacabana, que costuma reunir mais de 2 milhões de pessoas, foi cancelada pela Prefeitura em setembro.

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Mais de 46.696 casos e 961 mortes 

24/12/2020

 

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 46.696 casos de contágio pelo novo coronavírus ontem. Também foram contabilizadas 961 mortes em decorrência da infecção. Ao todo, foram confirmados 7.365.517 infectados pela doença desde o início da pandemia, além de 189.220 vidas perdidas. As regiões que mais acumulam casos da doença são, respectivamente, Sudeste (2.568.085), Nordeste (1.835.291), Sul (1.275.983), Centro-Oeste (849.091) e Norte (837.067).