Título: Em seis dias, perdas na Bovespa passam de 25%
Autor: Aliski, Ayr
Fonte: Jornal do Brasil, 10/10/2008, Economia, p. A18

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já perdeu mais de 25% nos últimos seis dias, sem que o mercado encontre o "fundo do poço" em preços das ações. Ontem, o mercado não conseguiu sustentar a recuperação vista em boa parte do dia e desabou na última hora de fechamento. O termômetro da Bolsa, o índice Ibovespa, caiu 3,92% e desceu para os 37.080 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,53 bilhões. E a Bolsa de Nova York, principal referência global dos mercados de ações, despencou 7,33%.

Operadores citaram o pessimismo com o início da temporada de divulgação dos balanços de grandes bancos americanos. Entre os rumores que circularam nas mesas de operações, as instituições financeiras devem revelar novos rombos com os créditos subprimes. Na praça de Nova York, foram justamente os papéis deste setor que arrastaram a Bolsa, com perdas acima de 20%.

A notícia que provocou o desabamento dos mercados, no entanto, veio da economia real: a Standard & Poor"s rebaixou o rating (nota de risco de crédito) da General Motors e colocou a "nota" da Ford em perspectiva negativa (uma sinalização que pode fazer o downgrade num futuro próximo).

As Bolsas européias encerraram os negócios ontem em terreno negativo. Em Londres, o índice FTSE cedeu 1,21%; o índice alemão Dax caiu 2,53%. Nos EUA, o índice Dow Jones (Nova York) fechou em -7,33%, a Nasdaq (Nova York) fechou em -5,47%.

O Banco Central voltou a agir com agressividade ontem para conter a escalada do câmbio, que caiu de forma mais brusca em relação à quarta-feira. Foram realizados dois leilões de venda de dólares. Pela manhã, o BC promoveu o quarto leilão em dois dias. Poucas horas depois realizou o leilão de swap cambial no valor de US$ 911 milhões. O swap cambial é utilizado para impedir a alta da moeda americana. O dólar comercial fechou em baixa pelo segundo dia consecutivo. Caiu 4,5% e fechou a R$ 2,17.