Título: Petrobras vai aumentar produção em 30%
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 01/03/2005, Economia & Negócios, p. A19

Estatal admite que auto-suficiência neste ano será desafio

A concentração de projetos da Petrobras adiados para este ano levará o país a um salto de 580 mil barris de petróleo por dia na capacidade de produção. Trata-se de mais de um terço de toda a produção petrolífera atual, que encerrou o ano passado com média de 1,51 milhão de barris diários. Com esta previsão, a estatal reafirma a intenção de alcançar a auto-suficiência em petróleo até dezembro, embora admita que se trata de uma meta ''desafiadora''. Tudo dependerá do comportamento do consumo de combustíveis. Somente um aumento superior a 10% na demanda neste ano impedirá a estatal de realizar o sonho da auto-suficiência. As vendas de derivados no Brasil totalizaram 1,589 milhão de barris diários em 2004. A meta da estatal é produzir 1,850 milhão de barris diários. O crescimento da demanda em 2004 não passou de 5%, desempenho atípico para um mercado que vinha encolhendo desde 2000. Sem falar no crescimento do gás natural, que vem tomando mercado da gasolina e diesel e alcançou, em 2004, a marca de 19% de expansão.

De acordo com o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, 2005 é o ano de estréia de quatro plataformas, entre elas a P-48 - que começou a funcionar ontem no campo de Caratinga, na bacia de Campos. Assim como esta unidade, a P-43, em atividade há um mês, terá capacidade para extrair 150 mil barris diários em meados deste ano. Também em 2005 começa a funcionar a P-50 com produção de 180 mil barris.

Estrella também citou o início das atividades da P-34 com 60 mil barris, e a normalização das operações do campo Marlim Sul, também em Campos. Em junho de 2004, a Petrobras interrompeu a produção de algumas áreas desse campo porque houve afloramento de petróleo no fundo do mar. A solução está sendo perfurar novos poços em Marlim Sul para compensar o estancamento das regiões problemáticas.

Os atrasos de algumas plataformas em 2004 foram responsáveis, em parte, pela estagnação do lucro da companhia no ano em que os preços de petróleo no mercado internacional dispararam. A defasagem entre o preço do petróleo vendido pela Petrobras e o valor do brent também triplicou no ano passado.