Título: Educação não consegue listar vagas de professor
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 01/03/2005, Brasília, p. D3

Prazo termina sem que se saiba quantos serão convocados

Venceu ontem o prazo dado pela Secretaria de Educação para definir o número de professores que serão convocados de concursos e as vagas temporárias que serão disponibilizadas para suprir a carência de docentes nas escolas públicas. Entretanto, o levantamento não foi concluído e ainda há alunos que estão sem professores. A finalização do levantamento de carências foi adiada, mais uma vez, pelo impedimento judicial de contratar temporários. Em uma tentativa de acelerar, a Secretaria optou por outro caminho, sugerido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O Ministério ofereceu como alternativa para liberação de contratos temporários que a Secretaria apresente uma listagem com nomes, disciplinas e tempo que os docentes provisórios ficarão na rede pública.

Ao escolher esse caminho, a Secretaria fez seleção de professores temporários, convocou-os e espera que se apresentarem até amanhã para, posteriormente, enviar os dados ao MPDFT. Depois da chamada dos temporários e da autorização do Ministério Público, a Secretaria vai partir para a convocação dos professores concursados.

- Ainda não temos o levantamento dos professores concursados que serão chamados porque os temporários vão se apresentar até amanhã. Em seguida, vamos enviar os dados ao Ministério. Além disso, até agora não terminamos o remanejamento de professores que estão fora de regência porque isso é demorado. Há uma resistência dos convocados - explica a secretária de Educação Maristela Neves.

Enquanto a Secretaria faz remanejamento, convocação de professores temporários e define a chamada de concursados, escolas estão sem docentes. No Centro de Ensino Fundamental nº 15 de Taguatinga, os alunos reclamam que não têm o quadro de professores completo.

- A gente vem para a escola sem saber se vamos ter todas as aulas. Faltam professores e nem dão uma justificativa. Falta professor de Português, Ensino Religioso e Projetos Especiais- queixa-se Evelyn Mesquita, 15 anos, da sétima série.

Os problemas apresentados na educação pública neste início de ano foram discutidos ontem na Comissão de Educação e Saúde da Câmara Legislativa. Segundo a presidente da Comissão, deputada Arlete Sampaio, parlamentares solicitaram essa reunião para debater os problemas do ensino público e definir pontos a serem cobrados da Secretaria de Educação em audiência pública na próxima semana.

- Vamos chamar a secretária para explicar os motivos dos problemas e exigir solução. Os alunos não podem ficar sem aulas, uniformes e em escolas com estrutura precária - afirma Arlete Sampaio.