O Estado de São Paulo, n.46350, 11/09/2020. Economia, p.B7

 

Seguro-defeso será mantido, diz Bolsonaro

Julia Lindner

Nicholas Shores

Daniel Galvão

11/09/2020

 

 

Após a equipe econômica elencar a possibilidade de pôr fim ao seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes, quando a pesca é proibida) para viabilizar o programa Renda Brasil, o presidente Jair Bolsonaro enfatizou ontem que o auxílio vai continuar. Ele falou sobre o tema ao lado do secretário da Pesca, Jorge Seif Jr., em transmissão ao vivo nas redes sociais. A proposta criticada por Bolsonaro previa o corte de programas considerados "ineficientes" para abrir espaço no Orçamento para o Renda Brasil, pensado para ser a marca social do governo.

No alvo também estavam o abono salarial (um salário mínimo para quem ganha até dois pisos), o salário-família (pago a trabalhadores formais e autônomos que contribuem para a Previdência, de acordo com número de filhos) e o Farmácia Popular, de distribuição gratuita de remédios. Bolsonaro já tinha criticado a mudança no abono, ao dizer que vetou o desenho sugerido pela equipe de Paulo Guedes, porque não quer "tirar de pobres para dar a paupérrimos". Na transmissão, ele colocou em dúvida se todos os 1,2 milhão de pescadores cadastrados estão aptos a recebê-lo e disse que o governo precisa "dar um jeito" de tirar os que recebem indevidamente.