O Estado de São Paulo, n.46353, 14/09/2020. Política, p.A4

 

Maia diz que nome para sua sucessão não está definido

14/09/2020

 

 

Deputado nega que o DEM tenha candidato à presidência da Câmara e rejeita vinculação com a candidatura de Covas

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEMRJ), negou ontem que seu partido já tenha escolhido candidato para a eleição do comando da Casa, marcada para fevereiro do ano que vem. Maia disse, ainda, que não há qualquer vinculação entre sua sucessão e a escolha do pré-candidato apoiado pelo partido em São Paulo: Bruno Covas (PSDB).

As declarações de Maia foram uma reação à reportagem publicada ontem no Estadão sobre a aliança entre PSDB, DEM, MDB e outros sete partidos em prol da reeleição de Covas. Segundo fontes que participaram da negociação da aliança, o acordo envolve uma eventual candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara e o possível lançamento do governador João Doria (PSDB) à Presidência da República em 2022.

O objetivo do grupo é se contrapor a nomes apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro para o comando do Legislativo. "Um passo de cada vez. Após as eleições deste ano teremos uma indicação mais clara da força dessa união, que, no plano nacional, integra PSDB, MDB e DEM", disse Doria anteontem.

Para Maia, porém, essa vinculação não existe. "Só tratarei da definição do candidato para a Presidência da Câmara a partir de dezembro, com a participação de todos os partidos que me apoiaram na última eleição. Repito: não há candidato escolhido e vamos construir um nome juntamente com todos que me apoiaram, não há veto a ninguém", afirmou o presidente da Câmara, em nota. "Nosso foco é votar as reformas, isso sim, prioritárias para o País", concluiu o deputado.

Maia tem dito publicamente que não será candidato à reeleição. A Constituição o proíbe de concorrer, já que são vetados dois mandatos consecutivos na mesma legislatura. Há, no entanto, uma articulação encabeçada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) para mudar a regra. O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa uma consulta sobre o assunto apresentada pelo PTB. No Legislativo, a senadora Rose de Freitas (Podemos-es) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir a reeleição. Ela foi afastada pelo partido por 60 dias.