Título: CMN anuncia medidas, mas não regulamenta
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 18/10/2008, Economia, p. E2

É preciso mais do que apenas boa vontade para resolver a falta de crédito nos bancos nacionais. As duras críticas feitas durante a semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a a ameaçar suspender as medidas de redução do compulsório, caso os recursos não comecem a ser oferta dos ao mercado, foram seguidas por uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN). Ao final do encontro, o governo anunciou que parte dos recursos das operações de empréstimos em moeda estrangeira a serem realizadas podem abastecer as linhas de comércio exterior. Só faltou dizer como. ­ Isto foi claramente uma reação à reclamação do presidente Lula sobre o dinheiro que não vai para o comércio exterior. Mas não é regulamentação, diz que os recursos poderão ir, não estabelece os procedimentos, nem prazo, custo, não diz nada­ diz José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Integrado pelo ministro Guido Mantega, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles e pelo chefe da Pasta do Planejamento, Paulo Bernardo, o CMN também estabeleceu a permissão para empresas não-financeiras atuarem nas operações com debêntures. A decisão foi bem recebida por Castro, mas sofre da mesma falta de detalhamento. ­ Ambas são muito sucintas. O Conselho diz que pode mas não diz claramente quais serão os procedimentos necessários. Não dá nem para saber se a medida se refere ao comércio exterior ou ao mercado interno. De todo modo, a agonia dos exportadores persiste.