Especialistas ensinam como fazer o orçamento, o que deve ser planejado e a importância da negociação em tempos de incerteza

Ao contrário do que se imaginava no distante março de 2020, quando foi decretada a pandemia do novo coronavírus, 2021 ainda começa com incertezas sobre o controle da Covid-19 e o futuro da economia. São cerca de 14 milhões de desempregados e mais de 40% dos trabalhadores na informalidade. Para contornar essa turbulência, os especialistas traçam um caminho para organizar as finanças e ter mais tranquilidade no ano que se inicia.

—Será necessário repensar gastos, padrão de consumo, renegociar dívidas de acordos não cumpridos. Tudo isso exige planejamento e disciplina financeira - afirma Urs Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Receitas e despesas

O orçamento é o primeiro passo para quem quer organizar as finanças. Liste suas despesas e como elas variaram durante o ano. Faça uma estimativa das despesas dos próximos três ou seis meses. O consultor financeiro Fred Marques orienta você a dividir os gastos por áreas como alimentação, lazer e transporte. E recomenda que o planejamento leve em conta despesas como aniversários e datas comemorativas, que não podem ser consideradas imprevistas e exigem reserva antecipada. Você pode orçar em papel, por meio de aplicativos e até em planilha - o Idec tem um template disponível em seu site. Adicione também sua renda, que pode ser de diferentes fontes: trabalho, aposentadoria, pensão, investimentos.

Aratona financeira

Não se deve pensar em salário como “o dinheiro que precisa durar até o dia 30”, alerta a planejadora financeira Vivian Rodrigues. Momentos de crise, como o atual, acontecem com frequência: pode não ser uma pandemia, mas demissão ou tratamento de saúde repentino. Por isso, explica ela, é preciso entender que parte da receita mensal tem o papel de suprir esses momentos de instabilidade. É importante sempre reservar parte de sua renda para um fundo de emergência. Não precisa ser muito, diz Iofc, mas precisa ser regular. Quanto maior o valor salvo, menor será a exposição em caso de emergência.

Qual é a sua prioridade?

Orçamento feito, o educador financeiro Carlos Eduardo Batalha, vereador do Procon Carioca, diz que a hora é estabelecer prioridades. Definir quais despesas são urgentes ou essenciais e não podem ser descontadas do orçamento, ressalta, é uma ótima maneira de localizar despesas que estão comprometendo sua vida financeira.

Você está no escritório em casa?

Para quem começou a trabalhar em casa, The Economist of the Iofc recomenda comparar os gastos antes e depois dessa mudança. É provável, diz ele, que a pessoa tenha gasto mais em serviços como energia, água, alimentação em casa e internet. Por outro lado, é possível que você tenha reduzido despesas com transporte, vestimenta, lazer e viagens. Se essa situação se mantiver em 2021, faça as projeções. E caso você descubra que salvou, guarde o restante para a reserva de emergência.

Matrícula escolar

A perspectiva é que o próximo ano letivo ainda comece com aulas a distância ou híbridas. Algumas instituições de ensino já oferecem descontos lineares, principalmente para a educação infantil. Todos, porém, estão abertos a negociação de mensalidades, de acordo com a necessidade do aluno. Negocie e fique atento à lista de materiais, avaliando se os pedidos estão adequados para o momento.

Perdeu seu emprego?

"É importante fazer o planejamento de rum, saiba o quanto você precisa do Paras emante replanejando o melhor da terminação Oda", orienta Ione. Aproveite os cursos gratuitos e busque o apoio de associações e cooperativas.

Falta de dinheiro?

Identifique os recursos não financeiros de que dispõe. Quando falta dinheiro, afirma Fred Marques, seu tempo, energia, conhecimento e rede de contatos são ferramentas indispensáveis ​​para superar a crise e atingir metas. Estude a possibilidade de vender objetos pessoais e outros bens que você não utiliza e que estão em boas condições para gerar dinheiro extra, acrescenta ICA, do Idec. Comprar de pequenos produtores, empresários, produções caseiras, ela destaca, é uma forma de movimentar a chamada economia solidária.

À vista ou a crédito?

A recomendação do The Economist de Iofc é dar prioridade ao pagamento das despesas mensais à vista. A utilização do crédito deve se restringir a despesas de maior valor. Por exemplo, compras em supermercados e farmácias devem ser evitadas, principalmente no caso de medicamentos de uso contínuo.

Contas que não falham

Impostos como IPTU e IPVA não deixarão de ser cobrados por causa da pandemia, por isso é importante que estejam previstos no orçamento para não provocar desequilíbrio nas receitas. Encomende apenas se não puder pagar de uma vez.

E quanto às dívidas?

Para todas as dívidas, a recomendação é exercer seu poder de barganha. Priorizar a negociação de atrasos relacionados a serviços essenciais (água, luz, telefonia e gás), aluguel e condomínio. Envie uma proposta para evitar a interrupção do serviço. Ao negociar, não decida sob pressão e verifique se a proposta é, de fato, adequada para sua capacidade de pagamento.

Sobrará para investir?

Vivian lembra que momentos de turbulência registram muita volatilidade nos investimentos. Independentemente do rumo do mercado, afirma o planejador financeiro, quando os investimentos não são adequados ao perfil e às necessidades do investidor, a tendência é tomar decisões erradas sob pressão. O momento, diz ele, é ajustar os investimentos e reequilibrar o portfólio.